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Povos da Floresta encerram encontro propondo a preservação de sua cultura

Página 20-Rio Branco-AC
Autor: Flaviano Schneider
04 de Mai de 2003

Medidas serão sistematizadas em documento que aborda temas como saúde, educação e áreas de conservação

Encerrado em 1o de maio, depois de três dias de intensos debates, o II Encontro Interinstitucional dos Povos da Floresta mostrou que existe esperança no verde mundo do Juruá.

O movimento popular agora tem voz e a conjuntura política favorece suas ações e execução de seus projetos.

Durante o encontro, as lideranças indígenas, cada vez mais conscientes da necessidade de preservar as suas culturas, exigiram a demarcação de suas terras, como os Nukini, Naua e Apolima Arara. Por sua vez, os Ashaninka e os Kaxinawá denunciaram a penetração de contrabandistas e traficantes na fronteira e os Katukina alertaram para o perigo de assentamentos do Incra no entorno de áreas de preservação.

Os seringueiros e agro-extrativistas, como povos que defendem a preservação da floresta, reivindicaram opções econômicas para a sobrevivência de suas famílias e preservação do meio ambiente. Aproveitaram o encontro para denunciar a abertura de frentes de exploração de madeira na área do rio Liberdade feita por uma empresa canadense.

Projetos de sustentabilidade tiveram seu espaço

Durantes os três dias os participantes, de cerca de 50 entidades mais os convidados de fora, levantaram os problemas e propuseram medidas para solucioná-los. Tudo será sistematizado num documento final, abordando variados temas como: saúde, educação cultura saneamento básico, bem como alternativas de produção, mercado, transporte, comunicação e eletrificação rural, questões fundiárias, áreas de conservação e seus entornos. No encontro houve ainda a apresentação de projetos como o do BID, Pró Ambiente, BNDES, Resex, Parque Nacional da Serra do Divisor, Prodex, Pronaf, etc.

O encerramento do encontro contou com a presença do vice-governador Arnóbio Marques, na oportunidade aconteceu a apresentação da Enciclopédia da Floresta, livro cuja organização contou com a participação de índios e extrativistas coordenado pelo antropólogo Mauro Almeida da Unicamp.

O Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS) esteve à frente da organização do encontro com participação de outras entidades como: Comitê Aliança dos Povos da Floresta, Casavaj, STR, Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) e vários órgãos federais e estaduais, além da Ufac e a Unicamp.

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