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POVO KARITIANA CONSEGUE COMPROMISSO DA FUNAI PARA IDENTIFICAÇÃO DA TERRA RIO CANDEIAS E PARA FISCALIZAÇÃO DE TERRAS

CIMI
01 de Mar de 2007

POVO KARITIANA CONSEGUE COMPROMISSO DA FUNAI PARA IDENTIFICAÇÃO DA TERRA RIO CANDEIAS E PARA FISCALIZAÇÃO DE TERRAS

O povo Karitiana, em Rondônia, é obrigado a defender seu território. A ausência do poder público faz com que este grupo tenha que impedir, ele mesmo, a entrada de invasores e garimpeiros em terras indígenas. Na última semana, este grupo, que vive há 95 km de Porto Velho, capital de Rondônia, deteve dois jovens que entraram na aldeia sem autorização, desrespeitando as placas que sinalizam a terra indígena. Os jovens informaram aos Karitiana que tentavam evitar passar pela Polícia Rodoviária Federal, no Km 45 da BR 364, pois sua moto estava irregular.

Os jovens foram libertados na tarde de 27 de março, após os Karitiana terem conseguido, da Fundação Nacional do Índio, o compromisso de realizar urgente fiscalização na terra e de concluir a demarcação da terra indígena do Rio Candeia e a retirada de ocupantes e invasores da já demarcada terra indígena Karitiana.

Em novembro passado, os Karitiana detiveram cinco garimpeiros invasores de sua terra, que contaram haver outros 50 garimpeiros no interior da área. Nesta ocasião, entregaram os invasores detidos à Funai e à Polícia, exigindo a fiscalização de seu território.

Os Karitiana pedem a identificação da terra indígena do Rio Candeias, retomada por eles desde 2003. Naquele momento, a Funai criou o Grupo de Trabalho para identificação da terra, mas as pesquisas estão paralisadas. Fazendeiros que grilaram esta terra em pleno funcionamento do PLANAFLORO (Plano Agropecuário e Florestal da Amazônia) seguem ocupando o território e destruindo florestas, vestígios da ocupação indígena e lugares sagrados do povo Karitiana. A destruição poderia ser evitada se o processo de identificação da terra não estivesse paralisado desde 2003.

Além dos problemas com fiscalização, os Karitiana convivem com a ausência do poder público: sem atendimento a todas as séries do segundo segmento de ensino fundamental (5ª a 8ª) e ensino médio, muitos jovens estão nas cidades; também recebem atendimento precário à saúde.

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