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Poluicao genetica seria inevitavel

O Globo, O Mundo/Ciencia e Vida, p.35
22 de Jan de 2004

Poluição genética seria inevitávelAndrew PollackDo New York TimesWASHINGTON. Um novo relatório do governo americano sugere que será muito difícil impedir que plantas e animais geneticamente modificados tenham algum efeito sobre o meio ambiente e as pessoas, ainda que involuntário.
O documento, divulgado pelo Conselho Nacional de Pesquisa da Academia de Ciências dos EUA, diz que, embora muitas técnicas estejam sendo desenvolvidas com o objetivo de impedir organismos geneticamente modificados ou seus genes de se disseminar na natureza, a maioria delas não parece ser eficaz. — Uma das principais mensagens do documento é que há muito poucos métodos de bioconfinamento bem desenvolvidos — afirmou Anne Kapuscinski, da Universidade de Minnesota, integrante do comitê que elaborou o documento. Cientistas desenvolvem agora uma grande variedade de organismos geneticamente modificados: salmão que cresce muito mais rápido, mosquitos que não transmitem malária, milho e vacas que produzem remédios. Uma das maiores preocupações a respeito desses produtos transgênicos é que eles possam se disseminar na natureza. Se um peixe que cresce muito rapidamente, por exemplo, escapa, ele fatalmente se sobressairia em relação aos outros peixes na disputa por comida e parceiros, alterando o equilíbrio ecológico. Grande parte dos esforços para impedir tais efeitos consiste em barreiras físicas, como criar peixes em tanques e não no oceano. Mas o novo relatório examina métodos biológicos de contenção, o que os especialistas chamam de bioconfinamento. Isso inclui medidas como induzir a esterilidade dos peixes por meio de um par extra de cromossomos. Bactérias receberiam genes suicidas, que provocariam sua autodestruição, no caso de fuga. Ainda assim, aponta o relatório, nenhum desses métodos é 100% eficaz.

O Globo, 22/01/2004, p. 35

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