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Políticas públicas interagem e se desenvolvem nas aldeias

Página 20-Rio Branco-AC
11 de Nov de 2002

O Acre tem 15.314.990 hectares. As terras indígenas representam 14,6% da sua extensão. Desse universo, o projeto "Manejo dos Recursos Agroflorestais Indígenas do Estado do Acre", financiado pelo PDA no período 1996/1999, apoiou diretamente a formação de 15 comunidades de três povos, em três terras indígenas.

A iniciativa foi depois renovada e ampliada para o período 2000/2003, para 18 aldeias em 11 terras indígenas. Sua característica de trabalho-semente, aliada à demanda e ao entusiasmo pela função que se verificou entre os povos indígenas da região, tem desencadeado apoio de outras comunidades e organizações indígenas e de instituições públicas e privadas, brasileiras e internacionais.

Mais quatro povos ingressaram no programa somando oito povos atendidos: Ashaninka, Manchineri, Jaminawa, Kaxinawa, Katukina, Shawadawa (Arara), Apurinã e Yanawa, distribuídos em 15 terras indígenas. Eles interagem com a população, indígena e não-indígena, de oito municípios do Acre e sudoeste do Amazonas.

Hoje estão em formação 66 agências, atuando nas aldeias com seus "suplentes" (denominação dada por eles aos seus ajudantes), com apoio do setor de meio ambiente da CPI/AC, além de mais de 19 novos agentes que passaram a ser formados pelo governo do Estado, através da Secretaria de Extensão e Assistência Técnica Rural (Seater), desde 2001.

Os dados mostram a ampliação e repercussão conseguida pelas 18 agências que foram apoiadas com recursos do PDA: esses primeiros agentes tiveram a capacidade de mobilização e informação de outros parentes, socializando idéias e ampliando atividades de sua função, a partir dos cursos feitos em Rio Branco, das oficinas itinerantes nas aldeias e das assessorias recebidas.

Nos arquivos do Setor de Meio Ambiente estão documentados números significativos: 134 indígenas já receberam cursos de agricultura e meio ambiente ao longo dos seis anos de desenvolvimento do projeto, participando dessa formação, além das agências, outros membros das comunidades interessados.

Tribos foram dizimadas pelo colonialismo europeu

Atualmente há cerca de 280 mil índios no Brasil. Contando os que vivem em centros urbanos, eles ultrapassam os 300 mil. A maior parte das terras indígenas do Brasil (98%) está na Amazônia Legal, onde moram 170 mil índios, segundo levantamento da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Os primeiros portugueses que chegaram ao Brasil, mantiveram um contato amistoso com os índios, pois precisavam deles para trabalhar na extração do pau-brasil e para defender o litoral dos contrabandistas, principalmente franceses. Mas, com o aumento do número de portugueses, as relações do branco com o índio foram se tornando críticas, os índios reagiram porque os portugueses roubavam-lhes as terras, atacavam suas mulheres, tiravam-lhes a liberdade e transmitiam-lhes doenças, algumas vezes causando a morte de todos os habitantes de uma aldeia.

Apesar da resistência, milhares de índios foram escravizados no período colonial pelos portugueses, que usavam armas de fogo para dominar as populações indígenas. Nessa época, os portugueses escravizaram os índios para forçá-los a trabalhar na lavoura canavieira e na coleta de cacau nativo, baunilha, guaraná, pimenta, cravo, castanho-do-pará e madeiras, entre outras atividades.

Não foi apenas no Brasil que os portugueses mataram índios. Também na África e na Ásia eles foram responsáveis pela morte de milhares de seres humanos.

Dos aproximadamente 4 milhões de índios que habitavam o Brasil na época da chegada de Cabral, restam hoje mais ou menos 200 mil, sobrevivendo em condições precárias e sob constante ameaça, principalmente dos garimpeiros e fazendeiros.

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