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Policiais e pistoleiros atuam contra Pataxó no Monte Pascoal

Site do CIMI
07 de Nov de 2002

Seqüestro, agressões e intimidação: apesar das freqüentes denúncias da Frente de
Resistência e Luta Pataxó, pistoleiros continuam a atuar contra os indígenas na área do Monte
Pascoal, BA.
No último sábado, dia 2, Cosme da Conceição Pataxó foi seqüestrado e amarrado por
pistoleiros ligados a Mauro Rossini, proprietário da fazenda Santo Agostinho. Depois de passar
por uma sessão de ofensas, socos e chutes, Cosme foi entregue à polícia sob acusação de
ser "suspeito de ter dado tiros nas proximidades da fazenda", como registra o boletim de
ocorrência registrado na delegacia.
A polícia, que foi buscar o indígena dentro da propriedade de Rossini, o manteve o preso. Em
decorrência da prisão, famílias Pataxó fizeram uma vigília na fazenda Santo Agostinho, onde
ficaram até terça, quando homens não identificados passaram atirando contra os indígenas.
Um dos tiros acertou o índio Geraldo Krejos na coxa esquerda. O caso foi presenciado pela
equipe de reportagem da TV Sul Bahia, por membros do Cimi, por policiais militares e por um
representante da Funai.
Depois dos acontecimentos a polícia federal resolveu intervir, chegando na área acompanhada
das polícias civis e militar. Os Pataxó foram surpreendidos, quando a tropa fez busca nas
aldeias, prendendo três índios por porte de arma: Lidio Matari, Sebastião Neves e Benedito
Limeira, soltos no dia seguinte mediante pagamento de fiança.
Além das prisões, os polícias cumpriram mandatos de reintegração de posse de três áreas
contra os indígenas. Até o momento nenhuma providência foi tomada com relação às ações
dos pistoleiros.
Para Adson Rodrigues, membro do Cimi, é urgente que se tomem providências. "Os
problemas só se resolveram com a conclusão dos estudos da área e com medidas concretas,
por parte do Governo Federal, contra os fazendeiros que declaram em jornais locais endurecer
contra os indígenas", afirma Rodrigues.

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