VOLTAR

Polícia intervém em eleição de cacique e interdita reserva

Zero Hora-Porto Alegre-RS
Autor: Marielise Ferreira
09 de Mai de 2001

Grupos disputam poder Numa operação envolvendo a Polícia Federal, pelotões de choque da Brigada Militar, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Procuradoria da República, foi interditada ontem a Reserva Indígena do Ligeiro, em Charrua. Duas facções indígenas da reserva brigam pelo poder, e a polícia foi moibilizada para intermediar um acordo e garantir a realização da eleição, marcada para amanhã. A Reserva Indígena do Ligeiro – uma área de cerca de 4,5 mil hectares em Charrua, na região do Planalto, onde moram quase 1,3 mil índios – tem sido marcada por violência e divergências políticas. Há dois anos, sob intervenção da Polícia Federal, os índios elegeram o cacique Valdemar Mendonça para administrar a reserva. Esta semana, os descontentes com a atuação do cacique reivindicaram nova eleição. O grupo que apóia a permanência de Mendonça no cargo resistiu, e ocorreram confrontos. Ontem, o clima era tenso na reserva. Integrantes das duas facções trocavam acusações na sede da reserva, e mais de 70 policiais federais e do pelotão de choque da Brigada Militar interditaram a reserva. A entrada de pessoas brancas da cidade está sendo impedida, o que poderia influenciar no processo eleitoral. Depois de três horas de discussão, os líderes das duas facções entraram em acordo e decidiram marcar para amanhã a eleição do novo cacique. O administrador da Funai em Passo Fundo, Jaci Sbardelotto, e o procurador da República Juarez Marcanti fizeram uma reunião na reserva para explicar o acordo, anunciando que os interessados têm 24 horas para lançar candidatura. O cacique atual pode concorrer. Para impedir ações violentas, a polícia revistou as casas da reserva, recolhendo armas, principalmente foices, facões e machados. Os agentes também proibiram a realização de comícios. A eleição será acompanhada pela polícia para impedir possíveis novos confrontos.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.