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23 de Nov de 2016
A Polícia Legislativa do Brasil lançou hoje gás pimenta contra índios com arcos e flechas que tentaram invadir um anexo da Câmara dos Deputados, câmara baixa do Congresso brasileiro.
De acordo com a mesma fonte, os seguranças não permitiram que todo o grupo entrasse, "por conta da segurança do espaço" e, quando lhes foi proposto "entrar só uma comissão", eles não aceitaram e romperam a barreira policial.
Após a Polícia Legislativa ter lançado gás pimenta, os manifestantes dirigiram-se a um outro anexo do complexo legislativo, mas "não passaram na barreira policial", acrescentou, adiantando que não houve feridos.
O protesto reuniu cerca de 400 manifestantes e confirmou que ninguém ficou ferido.
O Conselho Indigenista Missionário divulgou um comunicado em que acusa a Polícia Legislativa de "ação truculenta" ao usar "uma quantidade exagerada de spray de pimenta", quando "o grupo negociava a entrada na Câmara", e informou que "crianças passaram mal e precisaram de ser socorridas".
"Os povos e comunidades tradicionais queriam acompanhar a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra a Funai [Fundação Nacional do Índio] e o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] 2", lê-se na nota.
Falando em "mais uma demonstração da falta de democracia que vigora na "Casa do Povo"", o Conselho Indigenista Missionário referiu que "os povos e comunidades tradicionais foram barrados e impedidos de acompanhar uma CPI que lhes diz respeito".
"Os deputados ruralistas, principais interessados na retirada de direitos constitucionais ligados à demarcação territorial, além de autores tanto da primeira quando da atual CPI da Funai/Incra, dirigem os trabalhos da Comissão sem que povos indígenas e quilombolas sequer possam acompanhar as sessões", lamentou.
O incidente aconteceu um dia depois de dezenas de índios, também armados com arcos e flechas, terem bloqueado a entrada do Palácio do Planalto, em Brasília, para protestar contra algumas medidas estudadas pelo Governo do Presidente, Michel Temer.
Os índios exigiram um encontro com autoridades para entregar um documento com as suas exigências, como orçamentos maiores para as reservas indígenas do país e maior rapidez no processo de demarcação de terras, segundo a agência Efe.
No documento, os índios também criticaram uma polémica lei em discussão no Congresso que visa limitar os gastos públicos.
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