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Pista de Surucucu vai ser reformada

Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br/fbv/noticia.php?id=51918
Autor: Andrezza Trajano
05 de Dez de 2008

Uma comitiva do Ministério da Defesa esteve ontem em Roraima, para acompanhar as obras do projeto Calha Norte. Há uma semana os integrantes visitam estados da Amazônia para verificar de perto os R$ 60 milhões liberados pelo programa esse ano. A reforma na pista de pouso de Surucucu, inserida na terra indígena Yanomami, está entre as prioridades para 2009.

Diversas autoridades do ministério, entre elas o almirante da Marinha Wilson Guerra e o comandante Militar da Amazônia, general de Brigada Augusto Heleno Pereira, além de representantes de diretorias e secretarias da pasta, integram a comitiva.

Eles inspecionaram obras em municípios do Amazonas, visitaram a pista de Surucucu na quinta-feira em Roraima e retornaram para a o Estado vizinho para mais uma série de fiscalizações, quando então encerram a missão oficial.
"O objetivo principal é verificar a aplicação dos recursos que foram alocados pelo Calha Norte desde 2006 e já planejar os investimentos até 2010", explicou o general Heleno.

SURUCUCU - A pista de pouso de Surucucu, única via de acesso aos militares que prestam serviço no Pelotão de Fronteiras do Exército instalado na região, está deteriorada. Grandes aeronaves como o Amazonas, por exemplo, não conseguem pousar. Apenas o Caravan, uma aeronave com pequena capacidade de transporte de passageiros e cargas, opera na pista.

A difícil situação tornou a reforma na pista como uma das prioridades do projeto para o próximo ano, sob pena de ter que reduzir o efetivo de militares - cerca de 60 - que atuam no pelotão, segundo o general Augusto Heleno. Uma obra, inclusive, teria sido interrompida, já que o Caravan não comporta o transporte dos materiais de construção.

Com a obra de recuperação da pista orçada em aproximadamente R$ 3 milhões, o Amazonas voltará a pousar em breve. Existe um estudo para que a pista seja futuramente recuperada por completo, ou até mesmo seja construída uma nova pista - dessa vez de concreto em substituição a de asfalto. Uma equipe da Comissão de Aeroportos da Amazônia visitará a pista neste fim de semana, para verificar a viabilidade da obra.

De acordo com o comandante da Base Aérea de Boa Vista, coronel-aviador Edinei de Souza Nunes, a pista possui 1.100 metros de comprimento por 30 metros de largura. A medida ideal para o tráfego das aeronaves que compõem a frota da Força Aérea Brasileira é de 1.600 metros de comprimento por 45 metros de largura.

As principais pistas da Amazônia foram construídas para operar com o Búfalo. A aeronave, considerada versátil em termos de tamanho de pista, foi aposentada recentemente. Hoje, os novos aviões requerem mais espaço, uma vez que possuem mais sofisticação e transportam mais equipamentos e passageiros.

Até 1986, não havia presença de não-índios em Surucucu. Em 1988, foi incorporado o primeiro efetivo militar e no mesmo ano, construída a pista de pouso. À época, o então presidente da República, Fernando Collor de Melo, em sua primeira missão oficial ao interior do Brasil, visitou o Pelotão de Fronteias do Exército instalado em Surucucu.

CALHA NORTE - Segundo o diretor do projeto Calha Norte, almirante Wilson Guerra, o programa investiu esse ano pouco mais de R$ 60 milhões em obras na Amazônia. A Base Aérea de Boa Vista, por exemplo, recebeu R$ 1 milhão para realizar melhorias em sua infra-estrutura. Para ele, o montante ainda é tímido, já que as Forças Armadas também liberam recursos próprios para a região.

Guerra disse que nos últimos dois anos os investimentos se concentraram no Amazonas, em reformas e ampliações dos pelotões de fronteiras. Entretanto, a meta é expandir o projeto e beneficiar ainda mais os demais estados nortistas.
Além da reforma da pista de pouso em Surucucu, a previsão é que no Amapá se aumente o efetivo de militares do Exército para coibir o tráfego ilegal de estrangeiros, a entrada de contrabando e garimpos ilegais. Em Barcelos (AM), será construído um novo batalhão, imprescindível para auxílio à Polícia Federal no combate ao tráfico de drogas.

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