VOLTAR

Piaui e Sergipe incentivam mamona no semi-arido

GM, Rede Gazeta do Brasil, p.B16
01 de Abr de 2004

Piauí e Sergipe incentivam mamona no semi-árido
Além de criar alternativa como fonte de energia, cultura pretende gerar distribuição de renda em regiões carentes. A produção de biodiesel incentiva a produção de mamona no semi-árido dos Estados de Sergipe e Piauí. Com recursos dos orçamentos estaduais e federal, programas apóiam a cultura também como forma de geração de renda em comunidades carentes. Em Sergipe, a primeira colheita foi obtida nos meses de novembro, dezembro e janeiro. O resultado foi de uma área plantada de 500 hectares colhidos. Já está em andamento a segunda fase de plantação. "Vamos ter uma ciclo de crescimento da cultura", afirmou o secretário da Agricultura de Sergipe, Etélio Prado, ao mostrar o otimismo do governo estadual com o projeto de incentivo à cultura da mamona no semi-árido. Segundo informou o secretário, foram pesquisadas e adquiridas as novas sementes de mamona. "Realizamos uma ampla campanha para divulgar os resultados obtidos com o cultivo da planta". Ele ainda acrescentou que a meta do governo sergipano para este ano é ampliar a área de plantação para 5 mil hectares e estender o programa para todos os municípios localizados do semi-árido. O Programa de Incentivo à Cultura da Mamona foi lançado em Sergipe nos povoados Cacimba Nova e Rio Real, em Poço Verde. O projeto é voltado a produtores rurais que cultivam suas propriedades em regime de sequeiro ou com irrigação e tem como objetivo proporcionar geração de renda e emprego na região do semi-árido sergipano que sofre com as longas estiagens. O programa ainda é desenvolvido com recursos oriundos dos Fundos de Aval e Safra. Planta rústica A mamoeira é uma planta resistente e que se adapta aos fatores climáticos da região, já que é resistente à seca e menos exigente com relação a clima, solo e manejo cultural, idéias para a região. Ela também serve de matéria-prima para produção de um combustível barato e pouco poluente, capaz de substituir o diesel de forma eficiente o que serve para baratear os custos do transporte. O programa de cultivo à mamona também surgiu diante da diminuição das reservas mundiais de petróleo. A mamona serve como uma grande opção devido seu potencial na produção do biodiesel - um combustível que pode ser feito a partir de óleos vegetais e gordura animal. Serve para substituir o diesel dos motores, sem necessidade de ajustes. O combustível já é usado há cerca de 15 anos, em dez países, mas somente agora despertou o interesse da indústria brasileira. A agência Nacional de Petróleo (ANP), também está avaliando o biodiesel que antes de chegar ao consumidor serão feitos testes de poluição, de desempenho e de durabilidade dos motores. No Piauí, a fazenda Santa Clara, município de Canto do Buriti, é uma das propriedades em que famílias assentadas em núcleos tocam a produção da mamona. A iniciativa do cultivo como fonte de energia é pioneira na execução do projeto público privado do governo federal e deverá possibilitar a plantação de 80 mil hectares e beneficiar 5 mil famílias, recebendo cada núcleo familiar uma área de 25 hectares com energia, habitação e água, sendo 15 hectares destinados ao plantio de mamona e três para outras culturas. No estado, serão investidos R$ 80 milhões na primeira fase do programa. Distribuição de renda As famílias cadastradas que moram em um núcleo de produção dividido em grupos ou "células" de 35 famílias começam ver o sonho tornar realidade diante da mamona já em fase de crescimento. Elas também acompanham a construção do Núcleo Comunitário Central com escola, biblioteca, centro médico, unidade de treinamento, hospedagem, centro cultural e desportivo, varejo e serviços e infra-estrutura em geral. Cada família deverá receber um salário mínimo até a primeira produção, quando atingirá, a partir daí, uma renda mensal de mais de R$ 700. Os técnicos calculam, que a partir deste estágio, o biodiesel deverá proporcionar uma economia que dê sustentação e o Brasil ocupe um lugar privilegiado entre produtores em escala mundial. Os produtores recebem apoio e deverão vender toda a produção para a empresa Brasil Ecodiesel, responsável pelo projeto. Outra garantia é que, depois de dez anos, as famílias receberão o título definitivo de propriedade da terra. Cada núcleo terá 560 famílias. GM, 01/04/2004, p. B16

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.