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PF investiga denúncias de ameaça a índios chiquitanos da fronteira

Diário de Cuiabá-Cuiabá-MT
11 de Out de 2005

O delegado da Polícia Federal de Cáceres, Alberto Cargnin Filho, abriu inquérito para apurar as denúncias de ameaças de fazendeiros contra índios da etnia chiquitano na região da comunidade Nossa Senhora Aparecida, em Vila Bela da Santíssima Trindade. Há duas semanas a proprietária da fazenda onde está localizada a comunidade foi presa em flagrante por posse ilegal de armas durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão.

O mandado foi solicitado pelo procurador federal Marcelo Medina ao juiz da Vara Federal de Cáceres, Paulo César Sodré, para que fosse verificado se existia qualquer objeto que oferecesse perigo aos índios. O pedido foi deferido e cumprido pela Polícia Federal no dia 31 de outubro pela manhã, quando foram encontrados um revólver 44, duas calibre 12, uma 22, uma 32, além de cartuchos de armas, todos sem registro.

A proprietária da Fazenda Nossa Senhora Aparecida, Terezinha Staut Costa, ficou presa por seis dias, até que teve o alvará de soltura expedido pelo juiz, no dia 4 de novembro. De acordo com o juiz federal, Terezinha recebeu todos muito bem no dia do cumprimento do mandado.

Segundo o juiz federal, na petição o advogado explicou que as armas estavam na casa porque o marido de Terezinha colecionava, mas que não eram usadas. "O Ministério Público Federal foi favorável à soltura, então decidi expedir o alvará. Mas as armas serão periciadas para saber se foram usadas recentemente", contou Paulo Sodré.

O delegado da PF de Cáceres informou que não irá abrir outro inquérito para apurar a posse ilegal de armas. Segundo Alberto, como já havia um inquérito para investigar as ameaças e nele as armas são citadas, vai apurar os novos fatos junto com o procedimento já existente. "Com isso, o inquérito em andamento passa a ter o prazo de 30 dias para ser entregue", informou o delegado.

A partir de agora, de acordo com o delegado, serão ouvidas as testemunhas. A reportagem tentou falar com o advogado Plínio Samaclay Moran, que defende Terezinha Staut, mas não conseguiu falar nos números disponibilizado pela OAB. O telefone de celular de Terezinha estavam desligados ontem.

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