A Tribuna de Imprensa-Rio de Janeiro-RJ
10 de Jul de 2003
A Polícia Federal começou ontem uma operação em todos os portos, aeroportos, rodoviárias e rodovias do País para combater a biopirataria e tráfico de animais silvestres. A operação Drake, que terá três fases, foi desencadeada em 11 estados brasileiros e será por tempo indeterminado.
Ontem a PF também anunciou a criação das 27 primeiras delegacias de combate ao crime ambiental. Além da repressão, o governo está fazendo uma campanha de prevenção e orientação em todos os locais onde há suspeitas de biopirataria e tráfico de animais.
Segundo o delegado Jorge Barbosa Pontes, coordenador da operação, atualmente no mundo a biopirataria e tráfico de animais silvestres pode envolver mais de US$ 5 bilhões. No Brasil as estatísticas ainda são imprecisas. "Não sabemos qual a movimentação deste tipo de atividade ilegal aqui", disse Pontes. "Mas o importante é combater antes que se alastre".
O trabalho começou nos aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Amazonas, Amapá, Roraima, Mato Grosso, Pernambuco, Bahia e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal, uma nova rota deste tipo de crime descoberta pela PF. Além da repressão policial, o governo está usando a área de inteligência para detectar quadrilhas e os atravessadores.
"Precisamos saber quem são os biopiratas que agem principalmente nos portos e aeroportos", afirma Pontes. "Com o trabalho de rastreamento, poderemos identificar datas de chegada e deslocamento do material".
Delegacias - A PF também está fazendo um treinamento de agentes e delegados para atuarem nas 27 delegacias ambientais. A PF já identificou como pontos de saída os portos marítimos e aeroportos internacionais, enquanto os aeroportos nacionais e as rodoviárias são destacados como entrocamentos ou postos de atravessadores. Mas o maior fluxo está em rodovias e portos fluviais, principalmente os localizados em áreas próximas às florestas e áreas de fauna. "Se o Brasil, que tem a maior floresta do planeta, não cuidar de seu ecossistema, poderemos ter problemas no futuro", disse o delegado.
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