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PF envia equipe a Roosevelt

Diário da Amazônia-Porto Velho -RO
18 de Out de 2001

Apesar da Funai não ter informado oficialmente à Polícia Federal que os garimpeiros estão retornando à reserva indígena Roosevelt, na região de Presidente Médici, o superintendente da PF, Ivan Lobato disse ontem que está enviando a qualquer momento uma equipe de policiais para averiguar se as denúncias que estão sendo veiculadas são verídicas. Ele não quis adiantar, no entanto, quantos homens serão envolvidos na operação. O superintendente esclareceu que o papel da Polícia Federal não é preventivo, e sim, repressivo. "Antes de se cometer o delito, não podemos interferir", declarou. Segundo ele, a PF só pode prevenir contrabando e tráfico de drogas. "Os demais tipos de crimes, só podemos reprimir", frisou. Para Ivan Lobato, enquanto não for cometido o crime, que seria a invasão e a extração de recursos minerais, a instituição não pode interferir. De acordo com ele, pelos menos até ontem à tarde, a Funai não havia se manifestado se a área tinha sido ou não invadida. "Ficamos sabendo que houve conivência dos índios para que os invasores entrassem", afirmou. Procurado pela reportagem, o administrador substituto da Funai, Osman Brasil declarou que não poderia falar sobre o assunto, "pois estaria cometendo ingerência administrativa", já que a reserva está sob a administração da Funai de Cacoal. O administrador em Cacoal, Laércio Mendes, também foi procurado pela equipe do Diário, mas ele informou que a única pessoa em condições de falar sobre a reserva era o coordenador, Nazareno de Moraes, que se encontrava em campo. Semana passada, a Polícia Federal encerrou a operação, iniciada em fevereiro deste ano, que culminou com a apreensão na semana passada de todo o material usado pelos garimpeiros naquela área. Foram 80 toneladas de equipamentos. Foram utilizados cem policiais na operação durante as três fases em que foi desenvolvida. Para Ivan Lobato, o difícil acesso dentro da reserva dificulta o trabalho da polícia. Segundo ele, na operação passada, para percorrer 60 Km foram gastos quatro horas. "Na época das chuvas, a situação piora consideravelmente", destacou. Ele explicou que os garimpeiros, na invasão anterior, levaram as máquinas para dentro da reserva entre os meses de novembro e dezembro, quando o acesso era mais fácil. "Quando descobrimos já era no mês de fevereiro, época das chuvas e com o acesso dificílimo", concluiu.

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