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PF diz não ter como usar dados do Sivam

Folha de S. Paulo-São Paulo-SP
Autor: ANDRÉA MICHAEL
26 de Jul de 2002

A Polícia Federal em Manaus, responsável pela maior parte da área de cobertura do Sivam, não tem condições de atender à demanda que será multiplicada a partir do início do novo sistema.

O Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia) foi inaugurado ontem pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, com 75% de sua estrutura em funcionamento.

Como os policiais costumam dizer, a região hoje é "cega", apesar de ser a maior porta de entrada de cocaína vinda da Colômbia.

No ano passado, surgiu uma novidade: passaram por ali e foram apreendidos carregamentos de heroína, cuja matéria-prima, a papoula, agora está sendo produzida em plantações colombianas.

"Temos aqui três problemas: informação, comunicação e mobilidade. O Sivam vai resolver o primeiro, que já é muito importante. Mas não temos gente nem meios suficientes para trabalhar", disse o delegado João Carlos de Albuquerque Valença, superintendente em exercício da PF em Manaus.

A regional tem hoje dois aviões. Um deles, vindo de Brasília, está destacado exclusivamente para a "Operação Cobra" de combate ao tráfico na fronteira com a Colômbia, de 1.140 km. Seriam necessárias cinco aeronaves.

Também há apenas um barco disponível com capacidade para uma equipe policial de 12 pessoas. Necessidade: nove embarcações.

Segundo Valença, em lugar dos cerca de 100 policiais de hoje, seriam necessários pelo menos 420. "Esse seria o ideal para trabalhar. Sentimos que há boa vontade da instituição, mas sinais de melhora, de verdade, nenhum. Aqui tem de tudo: sexo, drogas e "rock and roll'", disse Valença, numa referência aos tipos mais comuns de crime na Amazônia.

Os policiais trabalham contra tráfico, prostituição de mulheres e crianças, crimes ambientais, roubo de espécies da fauna e da flora, além de contrabando.

Por enquanto, a PF, 1 das 16 instituições parceiras do Sivam, tem dois agentes trabalhando direto no sistema.

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