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PF desmancha acampamentos peruanos na Serra do Divisor

www.amazonia.org.br
Autor: Renata Brasileiro
29 de Ago de 2006

Região onde os acampamentos foram descobertos estava com 94 toras de madeira nobres derrubados.
Três acampamentos peruanos foram derrubados na Serra do Divisor, este fim de semana, por uma equipe composta por homens da Polícia Federal e do Pelotão Florestal que executam a Operação Fronteira, coordenada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Os responsáveis pelos acampamentos foram pegos em flagrante pelos policiais em uma área que continha 94 toras de madeira derrubadas, todas de origem nobre. Ao todo, eram oito homens e duas mulheres, que foram presos na mesma hora. Os infratores andavam em condições de riscos e com uma criança de colo.

A história mais uma vez se repete. Essas pessoas são escravas de grandes madeireiros do Peru, que pagam um valor muito baixo para que eles atravessem a fronteira para derrubar madeira na nossa região”, disse o superintendente do Ibama, Anselmo Forneck.

Segundo o superintendente, esta é apenas a primeira etapa da operação. As ações policiais ainda estão em curso e deverão desmanchar mais dois acampamentos avistados em um sobrevôo feito pela equipe do Ibama.

A operação dispõe de grandes recursos estratégicos, revela Forneck. A primeira entrada da equipe à Serra do Divisor foi feito de rapel, na quarta-feira passada, quando os policiais desceram com motosserras, armamento, Global Star e alimentação. No sábado eles foram resgatados da reserva por um helicóptero, juntamente com os peruanos presos na ação.

Ainda ontem representantes do governo peruano e do Ministério do Meio Ambiente participaram de uma reunião no Itamaraty para tratar da proteção da fronteira.

O superintendente do Ibama disse que um acordo já foi feito com o Peru para que ele mantivesse uma área de 10 quilômetros de proteção, auxiliando as forças brasileiras que trabalham na tentativa de impedir a entrada de peões na Serra do Divisor em busca de madeira.

Entretanto, o acordo sequer chegou a ser cumprido. As invasões continuaram acontecendo desde este acordo e o governo peruano nunca tomou uma postura eficaz. Agora a administração mudou e nós vamos tentar refazer este acordo”, reforçou Forneck.

Superintendente quer monitoramento constante - Forneck disse também que, diante da situação, não há mais possibilidades de os órgãos ambientais brasileiros ficarem trabalhando somente com fiscalizações rotineiras.

Teremos que ser mais enérgicos e manter um monitoramento constante. Ou fazemos isso ou estaremos sujeitos a ser pegos de surpresa cada vez que vamos realizar algum trabalho naquela região. E nesse caso, quando os acampamentos são descobertos, o prejuízo ambiental já está grande”, completou.

Até algum anos atrás, os madeireiros peruanos demonstravam interesse apenas por madeiras da espécie Mogno. Ultimamente, outras espécies também nobres vêm chamando a atenção dos infratores, como cumaru, cumaru-agno e cedro. É um fator preocupante”, destacou.
Renata Brasileiro
29/08/2006 disponível em http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=218602

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