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PF confirma retirada de mogno na fronteira

A Tribuna -Rio Branco-AC
20 de Nov de 2002

A Polícia Federal confirmou a denúncia de retirada ilegal de madeira na reserva dos índios Ashaninka, na fronteira com o Peru. A Operação Ashaninka foi realizada entre os dias 9 e 11 deste mês na região onde guerreiros Ashaninka prenderam quatro madeireiros peruanos serrando mogno em suas terras. Os peruanos foram transferidos para Rio Branco e, por falta de melhores provas, foram apenas notificados a deixarem o Brasil.

O superintendente da PF, Paulo Fernando Bezerra, apresentou às autoridades brasileiras e peruanos a proposta de plantar ipê, de cor amarela, e outra espécie de cor vermelha no traço divisório entre Acre e Peru. As plantas fariam o limite entre as duas regiões numa faixa contínua de 10 metros de comprimento, sendo cinco metros plantados com ipê, representando o território brasileiro e outros cinco, com a espécie vermelha, representando o lado peruano.

Pereira, da Funai do Acre, é assessor do governo peruano

O indigenista Antonio Pereira Neto, superitendente da Fundação Nacional do Índio (Funai) no Acre presta assessoria técnica ao governo peruano, que busca mecanismos de resolver a questão da invasão de terras brasileiras pelos madeireiros peruanos, problema que se repete todos os anos mais precisamente na região onde vivem os índios Ashaninka, no extremo oeste do Estado.

Reunido com autoridades políticas e indígenas, Pereira apresentou várias sugestões para o Peru enfrentar a questão, que lhe traz sérios problemas de ordem diplomática. "Primeiro, é necessário afinar as políticas de fronteira entre o governo do Acre, que já tem um zoneamento ecológico-ambiental e sabe o que fazer, e o Peru", disse Pereira, que chegou segunda-feira à noite de Lima.

Outra proposta de Pereira é o Peru criar políticas específicas para o índio isolado. Naquela região, centenas de isolados percorrem a região em busca de comida ou para escapar do avanço das madeireiras. "É urgente que as organizações índigenas do Peru e do Acre passem a trabalhar juntas", disse o superintendente. Assim, ongs como a União das Nações Indígenas (UNI) e outras, realizará encontros a partir de janeiro do próximo ano com ongs peruanas.

A Funai está realizando um curso de sistematização de documentos da superintendência a técnicos indigenistas de Porto Velho, Guajará-Mirim, Belém, Cacoal e Vilhena. A instrutora, que tem o objetivo de padronizar a seleção e o arquivamento dos documentos em todas as regionais da Funai, é a chefe do departamento de documentação da diretoria nacional do órgão em Brasília, Lina Rocha.

"A proposta é facilitar o acesso dos documentos a todos os interessados", explicou Antonio Pereira Neto, superintendente da Funai. O curso começou no último dia 12 e termina no próximo dia 29

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