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Petrobrás acusada de adiar corte de enxofre

OESP, Vida, p. A18
12 de Set de 2007

Petrobrás acusada de adiar corte de enxofre
Xico Graziano diz que estatal foge do problema e que cobrará prazo inicial

Cristina Amorim

O secretário estadual do Meio Ambiente de São Paulo, Xico Graziano, disse ontem que "a Petrobrás está fugindo, postergando o problema" da redução da taxa de enxofre no diesel comercializado no País. Em um evento sobre desenvolvimento sustentável, que acontece no Memorial da América Latina, ele afirmou que o governo do Estado vai exigir o cumprimento do prazo: janeiro de 2009.

Hoje, o diesel que alimenta veículos grandes no Brasil apresenta entre 500 e 2 mil partes de enxofre por milhão (ppm). Uma resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), de 2002, define que o índice deve cair para 50 ppm. Na Europa, a concentração permitida em 2009 será de 10 ppm.

O setor automobilístico alega que precisa de dois a três anos para se adaptar, mas não começou o processo até agora porque espera a publicação de especificações desse novo combustível pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) - o que ainda não aconteceu. O monopólio da produção do diesel é da Petrobrás.

Segundo Graziano, o custo elevado calculado para a reforma das plantas de refino do óleo, onde a taxa de enxofre seria então reduzida, não justifica o atraso. "(A Petrobrás) Diz que os investimentos são vultosos. Mas não diz quanto. Talvez sejam necessários US$ 3 bilhões. Bom, é muito dinheiro. Mas, só neste semestre, ela apresentou um lucro líquido de R$ 11 bilhões, o que dá aproximadamente US$ 5,5 bilhões."

Ele também criticou o movimento ambientalista por não se preocupar com a questão. O enxofre é um dos poluentes atmosféricos mais graves, que provoca doenças respiratórias e cardiovasculares. Segundo dados levantados pela Faculdade de Medicina da USP, oito pessoas morrem diariamente na região metropolitana de São Paulo por problemas relacionados à poluição.

O secretário participa hoje, no Rio, de uma reunião na ANP "para entender essa dificuldade de regulamentação". Hoje, o movimento Nossa São Paulo promove um ato público pelo cumprimento da resolução do Conama. A manifestação começa às 10 horas, no Sesc Consolação (Rua Dr. Vila Nova, 245).

OESP, 12/09/2007, Vida, p. A18

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