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Autor: Ana Clara Marinho
14 de Ago de 2018
Pesquisadores avaliam dinâmica dos tubarões em Fernando de Noronha
14/08/2018 10h30
Ana Clara Marinho, G1, Fernando de Noronha
Os estudiosos registram até o momento de maior quantidade de animais no chamado mar de fora
Os pesquisadores do Instituto Tubarões de Fernando de Noronha estão realizando até o fim do mês mais uma etapa do trabalho de pesquisa. Até o momento foram feitas quatro saídas de barco , quando foram capturados 22 tubarões, desse total 17 animais foram encontrados no chamado mar de fora e cinco tubarões no mar de dentro.
O mar de dentro é a região da ilha protegida pelo vento e voltada para o Caribe. Já o mar de fora é a área de Noronha que tem uma dinâmica maior por conta da corrente oceânica equatorial sul, é a área voltada para a África do Sul.
"Os resultados iniciais são surpreendentes, nós conseguimos recapturar animais capturados anteriormente do mar de dentro. Isso evidencia a circulação dos animais em torno da ilha. O fato de registramos uma maior quantidade de tubarões no mar de fora pode ser explicado por conta de maior oferta de alimentos nessa região", explicou pesquisador Léo Veras.
Capturas
Nessa expedição, em dois dias de trabalho no mar de dentro (região da Área de Proteção Ambiental-APA) foram capturados dois tubarões cabeça de cesto (Carcharhinus perezi), mendindo entre 116 e 128 cm de comprimento total (CT) e três tubarões-tigre (Galeocerdo cuvier), medindo entre 215 e 232 cm de CT, totalizando cinco tubarões capturados na APA.
Em dois dias de atividades no mar de fora, entre a Praia do Leão e a Baía do Sueste, foram capturados e liberados 12 tubarões cabeça de cesto, medindo entre 122 e 212 cm de CT e cinco tubarões-tigre, medindo entre 278 e 320 cm de CT. Desses tubarões-tigre, foram realizadas duas recapturas de animais capturados em 2016 no mar de dentro (APA) em expedições anteriores.
Equipamentos
Na expedição os pesquisadores utilizam uma série de equipamentos para auxiliar no trabalho de monitoramento dos tubarões. Os estudiosos fizeram o implante de transmissores acústicos e ainda o registro de imagens subaquáticas. Os transmissores acústicos emitem sinais ultrassônicos que são detectados por 16 receptores subaquáticos distribuídos ao redor da ilha.
Os animais marcados com essa tecnologia podem ser rastreados. O sistema de vídeo subaquático, também chamado de BRUVs (Baited Remote Underwater Vídeo Survey) registra os animais atraídos por uma isca.
Receptores acústicos
Desde o ano de 2016, foram marcados e instalados transmissores acústicos em 24 tubarões, todos capturados no mar de dentro (APA). Desses tubarões, cinco aniamis foram detectados na Baía do Sueste num período inferior a um ano.
Sistema de câmera (BRUVs)
Nos dias 9 e 10 de agosto deste ano, foram lançados BRUVs dentro da Baía do Sueste. Os equipamentos possibilitaram os registros de imagens de um tubarão cabeça de cesto e dois tubarões-tigre de grande porte.
"Dos animais marcados e liberados anteriormente no mar de dentro (APA), agora dois foram recapturados no mar de fora. Foi possível registrar um grande crescimento no tamanho desses tubarões. Tudo indica que a classe de tamanho dos tubarões-tigre no mar de fora é predominantemente de adulto, enquanto que no mar de dentro, são juvenis", analisou Léo Veras.
O pesquisador também analisou as imagens. "Nos BRUVs, foi possível perceber que no mar de dentro foram gravadas 36 horas de vídeo. Em nenhum momento registramos tubarões-tigre, enquanto que em apenas duas horas de vídeo no Sueste foram registrados animais dessa espécie. Por conta Disso, nós , do Instituto Tubarões de Noronha, indicamos a necessidade de uma maior observação no Sueste, para avaliar o comportamento", indicou Veras.
A Baía do Sueste é o único local onde foi registrado um incidente com um mergulhador, classificado pelos pesquisadores como ataque. Em dezembro de 2015 o turista Márcio de Castro perdeu a mão e parte do braço direito.
Até o final de agosto devem ser promovidas mais dez saídas de barco para estudo. O Insitituto Tubarões de Fernando de Noronha realiza o monitoramento na ilha num trabalho de parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) com apoio do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio) e Fundação Boticário.
https://g1.globo.com/pe/pernambuco/blog/viver-noronha/post/2018/08/14/p…
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