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Pesquisa caracteriza as espécies vegetais da RDS-Tupé

Fapeam - http://www.fapeam.am.gov.br
30 de Mar de 2011

Com a ideia de quantificar os recursos florestais na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé (RDS - Tupé), a doutora em Biologia Vegetal pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Veridiana Scudeller, desenvolveu uma pesquisa para verificar as características, relações e distribuição de comunidades vegetais naturais naquela região.

Por meio do projeto 'Conservação e uso sustentável dos Recursos Florestais Não Madeireiros na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé - Manaus - AM', financiado pelo Programa Integrado de Pesquisa e Inovação Tecnológica (Pipt), da Fundação da Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), a pesquisa visa selecionar as espécies mais abundantes e promissoras que podem resultar em futuros estudos e, principalmente, estimular a comunidade a manejá-las.

De acordo com Scudeller, o importante é conhecer as espécies. "Saber quais espécies vegetais existem ao redor da comunidade que podem ser exploradas de forma consciente e quais podem ser beneficiadas", afirmou.

A pesquisadora explicou que a partir do 'inventário florestal', pode-se avaliar o potencial de aproveitamento de recursos vegetais e, posteriormente, informações sobre a estrutura da floresta, conseguindo estabelecer critérios de manejo e com isso monitorar o impacto das colheitas na população de produtos florestais não madeireiros.

Melhorias para o setor não madeireiro

A pesquisa também visou contribuir com a formulação de metodologia no uso dos recursos florestais, principalmente os não madeireiros, além de ofertar uma lista de espécies vegetais que sejam úteis para serem manejadas.

O mercado de produtos florestais não madeireiros ainda é pequeno. Segundo a pesquisadora, falta planejamento por parte de produtores. "Alguns exploram demais poucas espécies sem um estudo prévio da estrutura da população vegetal e exaurem o recurso localmente - apesar do interesse. No entanto, com a devida orientação junto à comunidade este é um mercado que tende a crescer", frisou.

Resultados

Em três hectares de floresta de terra-firme no baixo rio Negro foi possível encontrar 1.573 plantas e 472 espécies arbóreas com perímetro acima do peito (1,3m do solo) maior ou igual a 30 cm.

No hectare pesquisado, as famílias botânicas com maior índice do valor de importância são da família Sapotaceae, com 37,84%, seguida da Burseraceae com 23,28%, Leguminosae, Lecythidaceae e Myristicaceae.

Segundo Scudeller, as famílias que apresentaram maior riqueza de espécies foram: Sapotaceae (20), Fabaceae (17), Lecythidaceae e Myristicaceae (10 cada) e Burseraceae (9). "Somadas correspondem a aproximadamente 60,4% das espécies inventariadas".

No hectare de floresta estudado, 81% das espécies encontradas possuem potencial de uso. As principais categorias de uso encontradas foram madeireiras com 63,3% das espécies, sendo 54% usadas para construção e 13,3% usadas como combustível; alimentícias com 51% das espécies, sendo 35,3% tidos como alimento para animais e 20,7% como alimento para humanos; medicinal com 34,7%; artesanal com 14,7%; tecnológico 10% e outros 8,7%" disse.

A pesquisadora explicou que a próxima etapa do projeto será a escolha de algumas das espécies citadas seguida do desenvolvimento, junto à comunidade do Tupé, das suas utilidades, para estimular o mercado com novos produtos.

Sobre o Pipt

A FAPEAM fomentou o projeto da pesquisadora Veridiana Scudeller com auxílio no valor de R$ 26 mil por meio do Pipt, que consiste em apoiar, com auxílio-pesquisa e bolsas, mestres e doutores vinculados a instituições públicas e privadas sem fins lucrativos interessados em realizar pesquisas científicas e tecnológicas no Amazonas.

http://www.fapeam.am.gov.br/noticia.php?not=5091

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