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Pelotões do Exército permanecerão em áreas indígenas

Brasil Norte-Boa Vista-RR
Autor: AMILCAR JÚNIOR
15 de Jan de 2004

Além de resguardarem as fronteiras, os militares também prestam serviços sociais a índios e não-índios

Em entrevista ontem à tarde, o comandante do 7o Batalhão de Infantaria de Selva (7o BIS), coronel Sérgio José Sena, garantiu que os Pelotões Especiais de Fronteira (PEF), nos municípios de Pacaraima e Uiramutã, permanecerão instalados com ou sem a demarcação em área contínua da reserva indígena Raposa/Serra do Sol.
Contrário às informações veiculadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai), de que todos os não-índios teriam que deixar a Raposa, o comandante disse que a Constituição Federal, em seu artigo 20 e 142, ampara a ação do Exército em área indígena.

"Ainda existe o decreto 4.412 que permite a nossa permanência em terra indígena. Portanto, a demarcação não afetará em nada para o Exército", concluiu o coronel, garantindo que os 3o e 6o pelotões (em Pacaraima e Uiramutã, respectivamente) continuarão com suas atividades normais.
O coronel aproveitou para enumerar os serviços sociais realizados pelo Exército nas comunidades indígenas e em vilarejos nas fronteiras de Roraima. "Em 2002 atendemos 1.879 índios", comentou.

No ano passado, o Exército assistiu a 3.015 índios nos municípios de Bonfim, Pacaraima, Normandia e Uiramutã, além de chegar às regiões de Surucucu e Auaris (reserva indígena Yanomami).
"Então, não estamos nesses locais apenas para resguardar nossas fronteiras. Em parceria com Prefeituras e Governos, também trabalhamos voltados para as melhorias dessas comunidades", colocou o comandante.

Um terço
Ainda no ano passado, o Exército atendeu a 108 comunidades indígenas, ou seja, um terço em Roraima. Cada pelotão trabalha com aproximadamente 60 militares. "A grande maioria é de Boa Vista, mas, em Uiramutã, temos cinco soldados que moram lá", disse.

Área contínua
Ainda de acordo com o coronel, os PEF's foram instalados em pontos estratégicos para garantir a soberania nacional nas fronteiras. Contou também que em 2001 houve um impasse entre Exército e ONG's nas reservas. "Mas resolvemos de imediato", relembrou.
Sobre o seu posicionamento, em relação à demarcação em área contínua da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, o comandante apenas disse: "cumpro ordens superiores". Restringiu-se a expor sua opinião pessoal.

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