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Patrimônio Mundial da Humanidade?

http://www.oeco.com.br
07 de Fev de 2011

Recentemente caiu-me nas mãos o dossier da candidatura da Floresta da Tijuca a Patrimônio Mundial da Humanidade. Quando fui diretor do Parque estive envolvido no princípio dessa iniciativa, cujo grande mérito, contudo, é de José Pedro de Oliveira Costa. Depois, exonerado, afastei-me da preparação do dossier e nem cheguei a vê-lo antes de ser entregue à UNESCO.

A Floresta é sem dúvida um bem único e icônico. Tem os atributos que a UNESCO exige de um Sítio do Patrimônio Mundial. Mesmo assim, a candidatura foi rejeitada. Por que? O dossier é rico em informações e está bem escrito mas, a meu ver, atira longe do alvo. Defende o corriqueiro e relega o extraordinário a um canto de página.

A Floresta não é depositária de espécies endêmicas e únicas nem protege um ecossistema raríssimo, características destacadas pela defesa da Candidatura.O que a Tijuca tem mesmo de especial e pioneiro é sua história, sobretudo sua gênese. É uma Floresta quase nativa, criada pelo Homem. Inteiramente replantada. Esse é o legado que merece o estatuto de proteção outorgado pela UNESCO. A Tijuca é um monumento à capacidade da natureza de se regenerar, transformando uma enorme plantação de café em uma exuberante Mata Atlântica. Basta vontade política e uma (ou algumas) mãozinha(s).

Se hoje o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) tem um projeto para que sejam plantadas um bilhão de mudas ao redor do mundo, há 150 anos o então provinciano Império do Brasil já mostrava que era possível recriar uma Floresta a partir do zero. Mais do que a Floresta em si, esse processo sim é merecedor do galardão!

Sugiro refazer o dossier enfatizando essas características que deveriam servir de exemplo para o Mundo inteiro. É possível recuperar a natureza. A Tijuca é o primeiro exemplo mundial disso, e por isso merece ser elevada a Patrimônio Mundial da Humanidade.

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