VOLTAR

Pataxós perderam muito, a começar pela terra

Radar 64 - http://www.radar64.com/ler.php?doc=6963
04 de Jan de 2010

PORTO SEGURO - Em 500 anos de contato com o homem branco, os índios pataxós perderam muito, a começar pela terra. Quando os portugueses desembarcaram em Porto Seguro, em 1500, encontraram os índios tupis. Mas em toda a região, desde o norte do Espírito Santo até a altura de Ilhéus, na Bahia, viviam também os ancestrais dos Pataxós. Hoje, os Tupis estão extintos. Os pataxós ainda lutam por seu espaço.

Depois de cinco séculos, é possível se notar gente que nem tem mais feições típicas de índio. Há muita mistura de sangue, com negro e com branco. Dispersos, com pouca defesa no contato com o mundo, as tradições pataxós foram desaparecendo.

Isso começou a mudar, com a criação das reservas pataxós. Uma delas tem 2300 hectares. Fica na Coroa Vermelha, balneário de Santa Cruz Cabrália, ao lado de Porto Seguro, o portal da descoberta do Brasil pelos portugueses.

Só depois da conquista da terra que começou todo o trabalho de recuperação das tradições culturais dos pataxós, para resgatar músicas, danças, comidas e até plantas que eles deixaram de cultivar ao longo de tantos anos, sem ter terra para viver.

Hoje, a maioria dos pataxós mora na vila da Coroa Vermelha. Para comemorar os 500 anos de Brasil, o Ministério da Cultura construiu o Centro Cultural Pataxó. No centro funcionam o posto médico, uma área para cursos e treinamento e uma escola, onde as crianças aprendem a língua indígena, músicas e danças. A preocupação maior é inspirar nas crianças o orgulho de ser pataxó.

A planta parecida com a mandioquinha, que os pataxós colhem, é a araruta. Dela se faz o polvilho usado pelos índios na produção de remédios, beiju e mingaus. A araruta faz parte de um programa da Embrapa de Recursos Genéticos para resgatar plantas que os Pataxós cultivavam antigamente e que se perderam com o tempo.

O resgate genético também envolve a área onde fica a Reserva da Jaqueira, que se estende por 800 hectares de floresta atlântica. No lugar trabalham 50 índios, que desenvolvem atividades ecológicas e culturais. O passeio pela Reserva da Jaqueira revela alguns segredos da floresta atlântica, guardados na memória dos índios mais velhos.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.