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Pataxós ocupam novas fazendas em Pau Brasil

A Tarde- Salvador- BA
Autor: Ana Cristina oliveira
21 de Jun de 2001

Os pataxós hã, hã, hãe continuam mobilizados na ocupação de fazendas, na reserva Caramuru-Catarina-Paraguaçu. Na última sexta-feira, um grupo de 35 famílias, lideradas pelo cacique Gerson Melo, incorporou as propriedades Santo Antônio, Bom Jesus, Bela Vista e São José, num total de 300 hectares, em Pau Brasil, em clima pacífico. As quatro estão em nome dos produtores Guy Ferreira Melo, Ney Dantas Melo, José Nilson Pires de Souza e José Reis Feitosa.Segundo o cacique, as propriedades ocupadas integram a lista das 41 que já foram vistoriadas pela Funai e se encontram em processo de negociação com os fazendeiros, tendo, portanto, prioridade para ocupações pacíficas. Este foi o acordo feito com o Ministério Público Federal para evitar novos conflitos com fazendeiros que ainda se recusam a negociar a devolução das terras indígenas nos municípios de Pau Brasil, Camacan e Itaju do Colônia, que estão dentro dos 54,1 mil hectares reclamados pelos pataxós.IndenizaçõesSegundo lideranças indígenas, a ocupação coincidiu com a presença na área de uma equipe técnica da Funai para estabelecer contatos com os fazendeiros e índios, visando ao processo de indenização das benfeitorias das propriedades vistoriadas. As negociações com Alberto Pereira e Abenilson Rocha, das fazendas Lusitânia e Justiça Divina, ocupadas no início do mês, já estão adiantadas, elevando para 16 as propriedades retomadas desde 1997, num total de quatro mil hectares recuperados pela comunidade pataxó.Apesar do avanço das negociações com os fazendeiros, as lideranças indígenas consideram o processo muito moroso e burocrático, o que tem deixado a comunidade pataxó em permanente clima de ansiedade e tensão. Segundo o cacique Gerson Melo, as retomadas vão acontecer num ritmo mais acelerado, para pressionar a agilização das indenizações.

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