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PATAXÓ FAZ RETOMADA NO EXTREMO SUL DA BAHIA

Cimi-Leste-Eunápolis-BA
21 de Jun de 2004

Um grupo de 35 famílias Pataxó da Comunidade Cassiana, região norte do Monte Pascoal no município de Porto Seguro, fez uma retomada na madrugada do dia 21/06, na fazenda "Santa Luzia" à margem do rio Cemitério. A ação foi organizada pela Frente de Resistência e Luta Pataxó.

A comunidade Cassiana há mais de dois anos vem manifestando a vontade de ampliar a terra indígena de Boca da Mata, área onde vivem atualmente, por não terem espaço para fazer suas roças. Preocupados com a notícia que o fazendeiro estava negociando a terra com a Veracel Celulose para o plantio de eucalipto, os Pataxó decidiram retomar a área e impedir o plantio, como afirma uma das suas lideranças, o índio Aritikum Pataxó "Nós não aceitamos eucalipto mais em nossas terras, queremos plantar feijão, milho, mandioca para alimentar os nossos filhos, por isso retomamos o nosso território".

A Frente de Resistência e Luta Pataxó divulgou um comunicado às autoridades anunciando a retomada, solicitando da Funai providências para garantir a integridade física do grupo e encaminhamentos para a demarcação do território.

Desde que os Pataxó iniciaram ações de retomadas na década de 1990, exigindo do governo a demarcação de suas terras, principalmente o território tradicional do Monte Pascoal, a luta do povo tem ganhado força, apesar das diversas situações de risco sofridas, tendo em vista o modelo de desenvolvimento regional imposto, com base no turismo e na monocultura do eucalipto; além disso, a luta Pataxó pela recuperação e garantia de suas terras, provoca reações violentas dos fazendeiros, que tem criminalizado a luta do povo, perseguindo e ameaçando as suas principais lideranças.

Atualmente as aldeias Pataxó no extremo sul da Bahia somam 15 comunidades em quatro municípios; na década de 1980 eram nove aldeias. Em sua maioria a situação fundiária gera insegurança e necessita de regularização por parte da Funai.

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