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Parteiras Xavante têm primeiro encontro para discutir reconhecimento de seu trabalho

Radiobrás
Autor: Juliana Andrade
21 de Mai de 2007

Nos últimos cinco anos, cerca de 70% das mulheres Xavante grávidas recorreram a hospitais em cidades vizinhas às aldeias para ter bebê, índice considerado "escandalos" pelo representante da associação Xavante, Hiparidi Top'tiro.

Segundo ele, os partos por cesariana vêm aumentando entre as índias e, para reduzir esses índices, a associação defende o reconhecimento do trabalho das parteiras pelo sistema nacional de saúde pelo governo federal.

O tema será discutido durante o Primeiro Encontro Parteiras Xavante, que começa hoje (21) às 19h30 em Brasília e termina na quinta-feira (24).

"A gente quer que [o trabalho das parteiras] seja valorizado e que possa ser consultado para atender a demandas na saúde das mulheres indígenas, por isso a gente está vindo e entregando a proposta", explicou Hiparidi Top'tiro, em entrevista ao Repórter Nacional Manhã, da TV Nbr.

De acordo com o Top'tiro, cada índia Xavante tem dez filhos, em média. Ele disse acreditar que "se o órgão responsável pela saúde indígena (Fundação Nacional de Saúde, a Funasa) começar a valorizar, a respeitar as parteiras dentro das aldeias", o percentual de mulheres que recorrem aos serviços de saúde nas cidade diminuirá.

Hiparidi Top'tiro também afirmou que com o aumento das cesarianas, muitas parteiras "ficam sentindo que não tem mais espaço na aldeia". Como parte das atividades do encontro será apresentado o livro Ai´Utedzapari´Wa Nõri Parteiras A´Uwê Xavante, que reúne o conhecimento tradicional do povo Xavante e o registro de técnicas medicinais, alimentícias e ritualísticas.

O evento é promovido pela Associação Xavante Warã em parceria com a Coordenação Geral de Educação da Fundação Nacional do Índio (CGE-Funai), Área de Medicina Tradicional Indígena - Projeto Vigisus II - Funasa e Instituto Sociedade População e Natureza (ISPN).

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