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Parte II: IMAFLORA 20 anos: O sonho de criar uma verdadeira economia florestal em áreas protegidas

Observatório de UCs - http://observatorio.wwf.org.br
09 de Jun de 2015

Foram vinte anos de desafios e superações, agora, após adquirir sua maioridade, o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (IMAFLORA) sonha alto e grande: a meta é criar um plano nacional que envolva as cadeias produtivas de todas as unidades de conservação (UCs) federais e estaduais. Uma ambição de consolidar uma verdadeira economia florestal no Brasil.

O engenheiro agrônomo e gerente de projetos do IMAFLORA, Roberto Palmieri, compartilha deste sonho e anuncia os próximos passos do instituto. "Queremos criar uma campanha nacional com a Coalizão Pro-UCs para que o consumidor saiba de onde vêm os ingredientes dos produtos que ele compra e vejam que muitos itens vem de UCs".

As áreas protegidas não são espaços ociosos, parados, inabitados, pelo contrário: "Há muitas pessoas vivendo e queremos trabalhar a sensibilização do consumidor para isso".

Atualmente, o IMAFLORA atua em 7 UCs no estado do Pará, tanto reservas extrativistas, florestas nacionais e estaduais localizadas na Calha Norte e Terra Meio. Já ajudou a consolidar cadeias produtivas da borracha, castanha, cacau, babaçu e copaíba (uma árvore que se extrai óleo medicinal para produção de cosméticos).

O IMAFLORA também realiza em Rondônia, Acre e Amazonas a certificação FSC (Forest Stewardishp Council®) da madeira, além de validação de projetos de redução de emissões de carbono.

Plano de cadeias produtivas

A aposta agora é aumentar em escala as cadeias produtivas. Foram anos desenvolvendo uma tecnologia social que incluísse comunidades e povos da floresta, uso de recursos naturais, participação local nas decisões e geração de renda.

A meta é consolidar um plano que reúna todas as áreas protegidas do Brasil de uso sustentável - que permitem exploração de recursos e manejo florestal - numa cadeia econômica de geração de riquezas.

"Em 10 anos queremos ganhar escala e atingir todas as UCs na Amazônia e depois ampliar para outros biomas", disse ao Blog do Observatório de UCs. Palmieri ambiciona uma política pública que inclua diferentes ministérios como da Agricultura e da Pesca.

"Queremos criar um sistema de promoção de todos os produtos gerados em UCs. Algumas áreas protegidas já têm produtos em potencial que poderiam ser alavancados. A ideia é manter a cultura própria de quilombolas, ribeirinhos, indígenas e também conservar os recursos naturais, um patrimônio que é nosso", ressalta.

Esse mapa de produtos florestais já está sendo construído por muitas organizações com forte participação do IMAFLORA. "Em oito anos queremos ter as UCs na Amazônia financeiramente viáveis com manejo florestal para se sustentarem", anuncia.

Em meio a este processo para se desenvolver uma economia local baseada na floresta, a produção de alimentos nas comunidades locais de forma sustentável também está incluída nesta dinâmica.

"Incentivamos a produção de alimentos saudáveis para subsistência e também para merenda escolar fornecendo a escolas públicas próximas".

Isso, na sua opinião, contribui para dinamizar a economia local, é compatível com a conservação do meio ambiente e ainda melhora a qualidade da alimentação das famílias.

A fórmula não é óbvia, foram anos de persistência para se desenvolver métodos de trabalho que realmente pudessem incluir as muitas necessidades e interesses.

Agora, há vinte anos na estrada, Palmieri pode dizer que IMAFLORA ajudou a construir um cenário de participação das comunidades nas decisões, redes lucrativas de produtos florestais bem manejados que impedem a devastação da floresta

"Queremos ajudar a gerar renda para que as comunidades vivam com dignidade através de atividades agroflorestais. Tudo isso evitará que atividades predatórias ganhem espaço dentro das UCs, como a criação de gado ou extração de madeira ilegal. As comunidades precisam estar muito engajadas", destacou.

http://observatorio.wwf.org.br/blog/2015/06/09/parte-ii-imaflora-20-ano…

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