Diário de Cuiabá-MT
Autor: Rodrigo Vargas
24 de Fev de 2002
Um ponto nebuloso ronda o acordo firmado entre índios e produtores pouco antes da aceitação do processo de asfaltamento da rodovia. Na mesma época do acordo, no final de 2001, os índios receberam a promessa da doação de 30 mil sacas de soja - na cotação de hoje o equivalente a R$ 500 mil - que seriam entregues em três parcelas até 2004.
Segundo os fazendeiros, o montante nada tem a ver com a concordância dos índios à passagem da rodovia em suas terras. Mas nas aldeias há gente muito preocupada com a possibilidade de que tanta soja tenha por finalidade calar vozes divergentes e iludir as lideranças.
"Olha, eu participei da reunião em Campos de Júlio (município da região) e entendi muito bem que esse dinheiro é negociação do asfalto e que a gente ia ter de cumprir com a nossa palavra", relatou o índio Luiz Zemezukemae.
"Estão comprando nós para passar o asfalto", acusa a índia Lucinda Wakemoizokero. "A primeira parcela do dinheiro já foi dada. Só que eles não explicaram que a soja era a negociação do asfalto. Daqui a alguns dias, eles vão cair em cima da gente, se acaso o pessoal daqui mudar de idéia".
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