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Parque Nacional do Itatiaia é tema de série especial da TV Rio Sul - parte 5

G1 - http://g1.globo.com/
27 de Fev de 2015

Passando por um longo trecho de terra até o asfalto e por três rodovias federais, são 56 quilômetros da portaria da parte alta até o portal da parte baixa do Parque Nacional do Itatiaia. Aproximadamente uma hora e vinte minutos de viagem. "É exatamente esse percurso que a gente vai fazer ... Mas por dentro do parque, e a pé!", explicou o repórter Diego Gavazzi.

É a travessia Ruy Braga. 21 quilômetros de caminhada do abrigo rebouças ao Complexo Maromba. Quem nos acompanha é o coordenador de uso público do parque, Leonardo Cândido. "O principal atrativo é o desnível que você vai ter. Nós vamos sair de 2.500 metros de altitude e chegar em 800 metros. Então, nós vamos ter 1.700 metros descendo. Então, você vai vendo toda variação da vegetação, do ambiente...", disse Leonardo.

Precisamos de casacos. Em pleno verão, é frio no planalto às 8h. Seguindo pela vegetação rasteira, nossas primeiras companhias são as belas e coloridas flores dos campos de altitude. Neste trecho, a trilha sonora da natureza tem uma nota só. Venta muito por aqui. A trilha é tão fascinante quanto traiçoeira. Depois de uma hora e meia, dispensamos os agasalhos. A temperatura aumenta. E aí, não se pode perder a oportunidade de armazenar água.

Logo fazemos a primeira parada. Construída na década de 50, a Casa de Pedra nunca foi usada como abrigo. Hoje, em estado precário, serve como ponto de apoio para os montanhistas. "A gente que recuperar pelo menos a parte principal, a parte central do abrigo para que as pessoas que estiverem na travessia possam se abrigar, fazer refeições, pernoitar", contou Leonardo.

Registramos nossa visita antes de seguir viagem. Mais à frente avistamos a formação rochosa conhecida como 'Cachoeira das Pedras'. Um espetáculo visual só testemunhado por quem faz a travessia. Mas uma paisagem ainda mais bonita nos aguardava adiante. Um imenso vale. Um prazer sem tamanho. Do outro lado, a cidade de Itatiaia fica pequena perto da imponência da natureza.

Paisagens devidamente registradas e admiradas, é hora de continuar andando. E a partir desse ponto, o cenário é outro. "O sinal de que a gente já desceu bastante é o tipo de vegetação desse trecho da trilha. A gente percebe que aqui, embora ainda finas, as árvores já são bem mais altas do que lá em cima. São espécies que não existem nos campos de altitude", disse o repórter.

Começa a aparecer a vegetação conhecida como floresta alto-montana, um trecho de transição antes da mata fechada da parte baixa. "Quanto mais a gente descer, mais fechada vai estar a vegetação, as espécies vão estar mais altas, os troncos mais grosso, isso tudo relacionado tanto à altitude, quanto à profundidade do solo. Quanto mais profundo, mais condições ele tem de suportar árvores de porte maior", explicou o coordenador de uso público do parque.

Construído na década de 20, o abrigo macieiras recebeu antes mesmo da criação oficial do parque centenas de montanhistas e pesquisadores que tinham na travessia Rui Braga o único acesso ao planalto. Antes da fama, ainda jovens, personalidades como Vinícius de Moraes e o pintor Alberto Guignard passaram por aqui. E vamos seguir, estamos só na metade do caminho.
Aqui é possível caminhar mais rápido. Mas já estamos cansados, as mochilas parecem ter o dobro do peso. E há momentos em que ouvimos apenas o som de nossos passos. Neste ponto encontramos vestígios da antiga estrada. "Até a década de 80 carros passavam por aqui. Eles podiam subir da parte baixa até o abrigo macieiras. Prova disso são guarda corpos que resistem até hoje e nos trechos mais perigosos da estrada evitavam que os veículos caíssem na ribanceira", explicou Diego Gavazzi.

Já no trecho com vegetação de floresta montana, ainda mais fechada, precisamos que o Leonardo vá à frente com o facão. Bambus pontiagudos cercam boa parte do caminho. E qualquer distração pode ser perigosa. O portão indica que estamos quase lá. "Logo aqui próximo tem a última casa de propriedade particular na parte baixa do parque. Então os veículos particulares só podem vir até aqui", contou Leonardo.

E quando avistamos o Complexo Maromba, uma mistura de alívio e satisfação. "Missão cumprida. Depois de 21 quilômetros, dez horas, chegamos!", comemora o repórter.

http://g1.globo.com/rj/sul-do-rio-costa-verde/noticia/2015/02/parque-na…

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