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Parque do Tumucumaque: projeto deveria ser mais discutido

O Dia-Macapá-AP
11 de Jul de 2002

O polêmico projeto de criação do Parque do Tumucumaque, na região noroeste do Estado, vem causando muito o que falar. O presidente licensiado da Federação da Agricultura e Pecuária do Amapá (Faeap), Iraçu Colares, concebeu uma entrevista exclusiva ontem, ao Jornal do Dia, para falar sobre sua preocupação quanto ao assunto, e o que deveria ser feito pelo poder público em conjunto com a sociedade.
O presidente licenciado Iraçu Colares vê a criação do Parque do Tumucumaque com muita cautela, e diz que a obrigação de preservar o meio ambiente é de toda a sociedade, do poder público e da iniciativa privada. "Fico preocupado pelo fato de que estou vendo pouca discussão a cerca do assunto. Eu acho que a população do Estado deveria estar mais envolvida. Parece-me que o governo federal, o governo estadual e dos municípios envolvidos diretamente no parque - Oiapoque, Calçoene, Pedra Branca, Serra do Navio e Laranjal do Jari - vêm realizando audiências sobre o assunto.
Eu sou contra essa posição por entender que, se o parque de 3,8 milhões/hectares for criado, não vai atingir somente aqueles cinco municípios que farão parte, mas atinge o Estado do Amapá como um todo, então, entendo que deveria haver audiências públicas na Capital do Estado e nos outros municípios para discutir a questão como sendo do Amapá, e não especificamente dos cinco municípios", explicou Iraçu.
Iraçu Colares ressalta que, ao se manifestar dessa maneira, não é contra a criação do parque florestal, mas gostaria que o processo de criação fosse melhor discutido. "Penso assim para que a população, depois de bem esclarecida do que se trata, possa se manifestar acerca do assunto. Retirar 3,8 milhões de hectares do Estado e transformar em reserva florestal, somadas às áreas já preservadas, o Amapá fica com aproximadamente 60% de sua área preservada. Quero crer que preservar 60% do Estado é importante se tivermos compensação por parte das populações e nações interessadas na preservação ambiental. Eu acompanhava pela imprensa as manifestações do deputado federal Feijão, e comungo plenamente com sua posição. Tomamos como exemplo o petróleo que, casualmente, está localizado nas regiões das arábias. É um bem que existe por conta da natureza, mas que pagamos para obtê-lo. Da mesma forma, penso que o Estado também deveria ser recompensado por preservar uma área florestal que será pelo bem de todos", argumentou.

Atuação
Na sua opinião, Iraçu disse que essa é uma questão de fundamental importância para o futuro do Estado. "A própria imprensa deveria explorar mais das autoridades governamentais e poderes constituídos manifestações acerca do assunto. Particularmente acho que a sociedade amapaense deveria se manifestar de uma maneira mais freqüente e forte, no sentido de mostrar nossa preocupação para com o destino do nosso Estado", concluiu.
(-Jornal o Dia-Macapá-AP-11/07/02)

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