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Parque de Niteroi esta a salvo do lixo

JB, Cidade, p.A17
10 de Mar de 2004

Parque de Niterói está a salvo do lixo
Mesmo assim, ambientalista promete fechar estrada no próximo domingo

Sabrina Netto
Especial para o JB
Os ambientalistas não precisam mais temer: a Serra da Tiririca, área ecológica de Niterói, está a salvo das 450 toneladas de lixo domiciliar e comercial e 600 toneladas de entulho, que são jogadas diariamente no Morro do Céu, no Centro da ex-capital fluminense. O risco existia devido a uma decisão judicial que interditava o aterro sanitário do Morro do Céu. Completando o quadro, um projeto do deputado Paulo Ramos (PDT) transferia o despejo de lixo para o Parque Estadual da Serra da Tiririca. No entanto, a Prefeitura de Niterói se uniu ao governo do Estado na questão e ambos prometem impedir qualquer despejo na área do parque.
Mesmo assim, o coordenador da Assembléia Permanente de Entidades de Defesa do Meio Ambiente, Gerard Sardo, pretende interditar a pista da Rodovia Amaral Peixoto, na altura do Km 11, no domingo, a partir das 9h30, como forma de protestar contra o projeto de Paulo Ramos.
- Na área do parque funcionou uma mineradora que foi interditada em 1999. Acreditamos que haja ainda uma articulação para liberar a pedreira - alerta Sardo.
Segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur), a área do parque da Serra da Tiririca está sendo fiscalizada e é preservada. Nas últimas semanas, o Instituto Estadual de Florestas retirou as famílias que moravam no entorno do parque em situação irregular e demoliu suas casas.
O principal ponto agora, para Estado e município, é tratar o chorume - líquido tóxico que sai dos resíduos em decomposição - que continuará a ser produzido por, no mínimo, 30 anos, mesmo com o fechamento do depósito. Para isso, uma equipe formada por três especialistas em resíduos sólidos assinou um contrato com a prefeitura para estudar alternativas e garantir o tratamento dos materiais lá acumulados.
Segundo a Prefeitura de Niterói, o aterro poderia receber lixo por mais 13 anos, caso o Estado não tivesse paralisado as obras para o funcionamento das usinas de tratamento em 1998. Desde 1982, o aterro sanitário do Morro do Céu recebe resíduos. Em 1996, o município foi incluído no Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG), que o transformaria em aterro controlado, com a instalação das usinas para separação de material orgânico, produção de adubo, tratamento do chorume e esgoto. A única usina em operação é a de incineração do lixo hospitalar.
O coordenador de resíduos sólidos da Semadur, José Maria de Mesquita Júnior, explicou que um termo de cooperação técnica entre o Estado e a Prefeitura de Niterói está sendo analisado. O acordo prevê o início do funcionamento das usinas de tratamento de lixo no Morro do Céu até o fim de abril.
- Independentemente do que vai ser feito, temos que tomar medidas para fechar o aterro. É possível que as usinas continuem tratando o lixo no Morro do Céu, mesmo que os resíduos não sejam mais levados para lá. A escolha do novo aterro passará por procedimentos normais de licenciamento ambiental - explica José Maria.

JB, 10/03/2004, p. A17

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