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Parque de 13 mil hectares preserva araucárias no Oeste de Santa Catarina

G1 - http://g1.globo.com/
01 de Fev de 2014

O Parque Nacional das Araucárias, localizado no Oeste de Santa Catarina, ocupa uma extensão de quase 13 mil hectares. Esse espaço contém uma concentração bastante grande dessas árvores, uma das poucas áreas desse tipo que ainda restam no mundo. O local fica nas cidades de Passos Maia e Ponte Serrada, na beira do Rio Chapecó.

A Floresta Ombrófila Mista, conhecida como Mata de Araucárias, produz o pinhão, principal alimento da dieta das aves, e também por isso, precisa ser preservada. A araucária também é conhecida com pinheiro-do-paraná ou pinheiro-brasileiro. Mesmo ameaçada de extinção, ela cresce na presença de outras espécies e, por causa disso, constitui um subsistema. Essas árvores podem atingir alturas de cerca de 50 metros, com um diâmetro de 2,5 m, e podem viver 700 anos. A floresta também revela outras raridades do parque, como a canela-preta, os xaxins e a imbuia, todos ameaçados de extinção, assim como a araucária.

De acordo com as informações do Parque Nacional, a floresta está reduzida a menos de 1% da área original e sobrevive nos planaltos do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná. Em um curto período de duas gerações, os originais 200 milhões de quilômetros quadrados foram reduzidos. A qualidade da madeira fez com que a araucária fosse explorada, principalmente a partir do início do século 20, e estima-se que entre 1930 e 1990, cerca de 100 milhões de pinheiros tenham sido derrubados.

Existe uma lista de espécies da fauna que estão atualmente ameaçadas pela redução da Mata de Araucárias, entre elas a gralha-azul, o papagaio-charão, o papagaio-de-peito-roxo e o leão-baio. Espécies da flora, como canela-amarela, peroba e xaxim, também estão ameaçadas.

Apesar de todas essas riquezas, o parque, que já está formalmente constituído, depende ainda da formação de algumas áreas. A propriedade do agricultor Cleiton Brugnatto ainda passa por desapropriação. Ele decidiu terminar com a lavoura e, no lugar, cobrir com araucárias. "Cultivei e plantei 7 mil mudas de araucária nestas terras, que serão indenizadas", afirmou.

Ele não é um exemplo isolado. O pecuarista Edemir de Campos Guimarães vive na região há muito tempo e sabe o valor da conservação. Ele explicou que essa forma de pensar já é um legado: "desde pequeno, o pai já nos ensinava a não cortar qualquer árvore, qualquer vegetação. A gente ia limpar os campos, as pastagens, mas tinha que preservar as árvores e não fazer danos".

Um dos principais projetos desenvolvidos no parque é para a conservação de papagaios-de-peito-roxo. Desde 2010, a espécie, extinta no local, está sendo reintroduzida na mata. A ave é natural da região, porém, há 20 anos não era mais vista no local.

Desde então, 43 aves foram soltas e são monitoradas periodicamente pelo Espaço Silvestre Instituto Carijós. Todas as aves foram apreendidas pela polícia em casos de tráfico de animais e passaram por diversos treinamentos de reabilitação. O projeto completou três anos em janeiro de 2014.

http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/nossa-terra/2013/noticia/2014/02/…

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