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Parque da Neblina, nova area de lazer em SP

OESP, Geral, p.A14
09 de Out de 2004

Parque da Neblina, nova área de lazer em SP
A 120 km de São Paulo, é possível tomar banho de rio, fazer trilhas e observar a natureza
Alessandro Greco
Enquanto ontem a ambientalista queniana Wangari Maathai comemorava o recebimento do Nobel da Paz plantando uma árvore, outra ambientalista, atualmente ministra, fazia o mesmo na abertura de um parque a 120 quilômetros de São Paulo. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, plantou um pé de ingá, espécie da mata atlântica, na abertura do Parque das Neblinas, entre os municípios paulistas de Mogi das Cruzes e Bertioga.
O área do parque, localizado em uma fazenda de plantação de eucalipto para uso industrial, foi cedida ontem pela Suzano Papel e Celulose para o Instituto EcoFuturo, por 20 anos. "É muito fácil defender meio ambiente no ambiente dos outros. Difícil é fazer isso no seu próprio.", disse Marina, durante a inauguração do parque.
O Parque da Neblina já está aberto para visitação, com passeios monitorados - até então recebia somente visitas de escolas e eventos de empresas. A reserva privada de 2.788 hectares permite a observação da fauna e da flora, caminhadas por trilhas e banhos no Rio Itatinga. Entre as espécies de animais encontradas no local estão anta, paca, jaguatirica e onça parda.
O trabalho de recuperação da mata nativa começou em em 1988 e hoje são encontradas 215 espécies locais, segundo levantamento da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu. A conservação da mata atlântica é, segundo o secretário Estadual de Meio Ambiente, José Goldemberg, uma "política clara do governo na área ambiental". E completa: "Queremos fazer com que a iniciativa privada nos ajude a preservar a mata atlântica. Oxalá isso estivesse sendo feito também na Amazônia."
A criação da reserva foi saudada pelo secretário Nacional de Biodiversidade, João Paulo Capobianco, como uma atitude fundamental. "As unidades de conservação são essenciais, pois, juntamente com as reservas indígenas, evitam que o desmatamento seja maior."
O objetivo do parque, segundo Daniel Feffer, presidente do Ecofuturo e vice-presidente corporativo da Suzano, é ser um "irradiador de práticas sustentáveis" mediante turismo ecológico, cultivo de espécies ameaçadas, educação ambiental e pesquisa científica.
A área da reserva passa por um plano de manejo ecológico que, segundo o diretor superintendente do Ecofuturo, Marcos Egydio Martins, visa a consolidar metodologias de manejo sustentável e recomposição da mata atlântica como atividades geradoras de emprego e renda. Para o índio Kaká Werá, coordenador dos Instituto Arapoty, é preciso aproveitar para "educar as gerações futuras a andar de pés descalços e tomar banho em rios límpidos."
Hoje a mata atlântica ocupa somente 7% de sua área original de 1 milhão de quilômetros quadrados.

OESP, 09/10/2004, p. A14

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