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Pareci libertam reféns no Mato Grosso

Site da Funai e Diário de Cuiabá-MT
Autor: Carlos Martins
10 de Set de 2003

Uma comissão indígena liderada pelos Pareci, representando as reservas Pareci e Utiariti, localizadas no Médio-Norte, foi a Cuiabá hoje para tentar achar uma solução que envolve o atendimento na área da Saúde. Este foi um dos assuntos tratados no fim de semana entre uma equipe da Funai de Brasília e representantes do governo do Estado, cujos contatos resultaram na liberação de cinco funcionários da Funai de Tangará da Serra que eram mantidos como reféns desde a noite do último dia 2.

Com os entendimentos, houve também o desbloqueio da rodovia "Nova Fronteira", a MT-235, que liga Tangará da Serra aos municípios de Campos Novos do Pareci e Sapezal, no Médio-Norte do Estado, interditada desde o dia 31 de agosto. Os funcionários foram levados como reféns quando estavam negociando a liberação da estrada.

O bloqueio e a detenção dos funcionários foram para chamar a atenção para a difícil situação em que vivem os indígenas. Eles reclamam do péssimo atendimento na área de saúde e, a despeito do tamanho da reserva, da escassez de alimentos, já que a região é pobre em caça, fruta e peixes.

No encontro com indígenas, que só foi concluído no domingo, ocasião em que os reféns foram liberados, ficou acertado que a Funai dará anuência para que os índios obtenham financiamentos no Banco do Brasil para a compra de equipamentos e insumos. "Foi assinada uma portaria e só falta agora alguns detalhes para que o financiamento seja liberado pelo Banco do Brasil", disse o administrador da Funai em Tangará da Serra, Daniel Cabixi. Segundo ele, a área que será utilizada para o plantio representa apenas 0,05% da área total, que é estimada em 1,1 milhão de hectares.

A comissão enviada pela Funai de Brasília e governo do Estado chegou na sexta-feira em Tangará da Serra. À noite eles foram para a aldeia Bacaval onde iniciaram as negociações. Participaram da reunião o coordenador de Desenvolvimento Comunitário, Ronaldo Lima de Oliveira, o coordenador-geral de Patrimônio Indígena e Meio Ambiente, Elcio Marcelo de Souza, e a procuradora Ana Maria Carvalho.

Representando o governo do Estado estavam o superintendente ouvidor da Superintendência de Política Indígena, Idevar José Sardinha, e o presidente da Empresa Matogrossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Aréssio Paquer, além do prefeito de Sapezal e representantes da Funai de Tangará da Serra e da prefeitura de Campo Novo do Pareci. Cerca de 1.800 índios das etnias pareci, nambikwara e irantxe, espalhados em 42 aldeias, ocupam 1,1 milhão de hectares que compreendem as áreas indígenas de Utiariti e Pareci.

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