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Paramilitares indígenas aterrorizam aldeia no MS

Jornal do Brasil-Rio de Janeiro-RJ
Autor: Sionei Ricardo Leão
11 de Ago de 2002

Há relatos de estupros, assassinatos e lesões corporais

As denúncias de atuação de um grupo paramilitar formado por indígenas da aldeia Cerro Marangatu, no município de Antônio João, a 377 quilômetros de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, estão desafiando autoridades federais e estaduais da região. O Ministério Público da União promete intervir na situação. O assunto foi tornado público por membros da própria aldeia, composta de índios da nação Guarani-Caiová.

Há relatos de violências sexuais, lesões corporais e assassinatos. O capitão (cargo de chefia na aldeia) Loretito Fernandes Vilhalba, e seus filhos Adelo Fernandes Vilhalba e Augusto Fernandes Vilhalba, são citados como os principais responsáveis pelos crimes.

A aldeia Cerro Marangatu ocupa terras consideradas de litígio com o prefeito de Antônio João, Dácio Queiroz, pois a comunidade está na Fazenda Fronteira, de 9,5 mil hectares, que pertencem a ele. Para os Guarani-Caiová, no entanto, pelo menos parte da propriedade teria que ser reconhecida como indígena, por uma questão histórica. Eles se instalaram na fazenda em 1998.

Na última quinta-feira, 30 indígenas foram até a cidade de Dourados para pedir providências à Justiça Federal e ao Ministério Público Federal. As queixas foram ouvidas pelo juiz José Denilson Branco e pelos procuradores da República Ramiro Rockembach e Charles da Motta Pessoa. No Ministério Público Estadual, a promotora de Justiça Tathiana Corrêa Pereira da Silva, sediada em Ponta Porã, declarou ter aberto procedimento para apurar os crimes.

A Polícia Civil em Antônio João revelou que existem dois inquéritos em andamento para averiguar as denúncias. A Fundação Nacional do Índio (Funai), por meio de seu administrador regional da Fundação, Pedro Franco, afirmou estar ciente do problema e garantiu ter pedido ajuda da Polícia Federal.

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