VOLTAR

Parabólicas

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
22 de Abr de 2004

RETORNO
Lideranças indígenas contra a demarcação da Raposa/Serra do Sol em área contínua voltaram a interditar a estrada que dá acesso àquela região. Ontem cerca de cinquenta índios tomavam todas as providências para montar novamente a barreira. Eles alegam que o acordo assinado com o Ministério Público não foi cumprido.

O Brasil, já se tem dito pelos quatro cantos, é um país infestado de Organizações Não Governamentais. Muitas delas desempenham papéis de enorme importância na luta contra as mazelas governamentais e da própria sociedade. Quase sempre essas Ongs que atuam em nome do interesse nacional e coletivo passam por enormes apertos financeiros, e só sobrevivem graças ao esforço de pessoas que verdadeiramente têm no trabalho solidário um projeto de vida.
Há, no entanto, número cada vez maior de Ongs no Brasil que trabalham sem aperto financeiro, porque os recursos que as sustentam vêm do exterior. São instituições poderosas, bem organizadas e devidamente articuladas com redes de interesses fincadas nos países desenvolvidos, matrizes culturais e centros irradiadores da expansão capitalista mundial.
Aqui, essas Ongs atuam basicamente sobre a questão ambiental, indígena e da massa de excluídos urbanos e rurais. Em torno delas tem se armado, nos últimos anos, um poderoso esquema de subalternidade dos interesses nacionais ao movimento de expansão capitalista internacional. São esquemas poderosíssimos que, organizando minoria e articulando-as com organismos internacionais, têm feito prevalecer seus interesses, em agressão direta ao direito da maioria.
É tão forte a atuação dessas Ongs que elas são capazes de satanizar vítimas (caso dos garimpeiros mortos em Rondônia) ou de vitimizar réus (caso do ex-governador do Amapá, João Capiberibe). O atual senador Capiberibe e sua mulher, a deputada Janete Capiberibe, estão sendo processados no Tribunal Superior Eleitoral por compra de votos nas eleições 2002.
Como o senador amapaense é um dos porta-vozes das Ongs ambientalistas e indígenas, há um enorme esquema para protegê-lo da cassação, mesmo diante de provas coletadas pela Justiça que encontrou em seu comitê de campanha dinheiro e relação de eleitores cujos votos seriam comprados.
Assim, tem se espalhado no Brasil a prática de separar os brasileiros em duas classes: os bons, representados pelos que fazem o jogo - de boa ou má-fé - das Ongs internacionais e os maus, representados pelos brasileiros e brasileiras que ainda teimam em querer fazer desta pátria uma nação soberana e realizadora dos sonhos de seus filhos.
MAIS INVASÕES
A notícia foi dada ontem pela imprensa nacional. Lideranças Indígenas e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) estarão reunidos ainda esta semana.Vão traçar uma estratégia comum para acelerar o ritmo de invasão em terras privadas no Brasil. A conseqüência é lógica: vem mais confusão por aí.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.