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Para Zeca do PT, problema é de gestão federal

Folha de S. Paulo-São Paulo-SP
25 de Fev de 2005

"Muitos índios passam fome. Às vezes eles têm comida, mas não há como cozinhar. Faltam fogão e lenha. Usam até pano velho para fazer fogo. Talvez precisem de um Fome Zero para comprar fogão", diz o diretor do hospital da Missão Evangélica Caiuá em Dourados, Franklin Amorim Sayão, que há 17 anos atende as aldeias da região.
Sayão afirma, e a reportagem constatou, que a falta de florestas nas aldeias Jaguapiré e Bororó, onde vivem 11 mil índios, torna mais difícil achar lenha para cozinhar. A área foi desmatada antes da criação da reserva indígena.
Criado em abril de 2003, o Fome Zero Indígena, do MDS (Ministério do Desenvolvimento Social), prevê a distribuição de sementes, compra de tratores e insumos para fortalecer agricultura.
Responsável pelo gerenciamento do programa, o governo de Mato Grosso do Sul recebeu R$ 5 milhões do MDS em 2003.
Procurado ontem pela reportagem, o governador Zeca do PT informou, por meio de sua assessoria, que cabe ao governo federal falar sobre desnutrição indígena.
Para o MDS, o Fome Zero Indígena está funcionando bem, atendendo a 11 mil famílias.
O governo estadual e o MDS distribuem por mês cerca de 2.900 cestas básicas para os índios de Mato Grosso do Sul.
A caiuá Zilda Souza, 44, avó da criança morta ontem por desnutrição, reclama que na cesta básica não há sabão para lavar roupa ou tomar banho. "Eu não posso comprar nada, nem um sapato para ela [a filha Fabiana, 6] estudar", afirmou Zilda. (HC)

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