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Para diretor do Ibama, risco de desertificação da Amazônia está afastado

Notícias da Amazônia - www.noticiasdaamazonia.com.br
Autor: Camila Fiorese
08 de Jun de 2010

Com o tema "Plano Nacional de Combate a Desertificação na Amazônia e no Nordeste", especialistas do MMA, Ibama e Embrapa participaram nesta terça-feira, 07, de audiência pública da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional. Segundo eles, a Caatinga, e não a Amazônia, é bioma brasileiro mais ameaçado pela desertificação.

O diretor de Proteção Ambiental do IBAMA, Luciano Evaristo, não vê com preocupação o problema de desertificação na Amazônia e tranqüilizou os que acreditam na hipótese. Segundo ele, o Ibama tem realizado uma amplo trabalho na Amazônia que está refletindo em todos os biomas brasileiros. "Hoje o Ibama, graças à tecnologia de ponta, enxerga tudo o que afete ou que coloque em risco o bioma da Amazônia Brasileira", disse.

Quanto à Caatinga, considerado o bioma mais ameaçado de desertificação, Luciano disse que o Ibama prefere concentrar as ações em grande parte na região Nordeste, onde quase metade já foi destruído. O diretor do Ibama citou ainda o Programa Mais Ambiente que, aliado às ações de recuperação e controle, vai viabiizar a preservação em todos os biomas brasileiros.

Ameaça do aquecimento global

O secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Egon Krakhecke, lembrou que a Amazônia não sofre com o problema da desertificação, mas tem como maior ameaça o aquecimento global, onde todo o país está submetido, sobretudo o semi-árido brasileiro. Segundo ele, o aquecimento pode provocar uma savanização parcial da Floresta Amazônica.

Para Krakhecke o Brasil está fazendo sua parte em relação ao problema da desertificação. A principal ação do governo federal contra a desertificação é o Plano de Ação Nacional de Combate a Desertificação e Mitigação dos efeitos da Seca que atua no Nordeste do país, no norte de Minas Gerais e também no Espírito Santo, com uma área total de abrangência 1.340.000 km².

A Amazônia está submetida a um processo - pelo avanço predatório da fronteira agrícola - de degradação de terras, que também ocorre nas áreas suscetíveis nas áreas de desertificação e que resulta também do uso inadequado dos recursos naturais. Segundo o secretário, 75% do que o Brasil contribui para o aquecimento global está envolvido com o modelo agropecuário. "Uma mudança na Amazônia vai repercutir no semi-árido brasileiro, ou seja, vai agravar o problema da desertificação no Nordeste, norte de Minas, no Espírito Santo e até para outras regiões brasileiras", afirmou.

No Nordeste, o secretário defende ações em escalas "planetárias" para reverter a propensão ao aquecimento global.Para diretor do Ibama, risco de desertificação da Amazônia está afastadoPreocupação

O deputado Eduardo Valverde (PT-RO), autor do requerimento que sugeriu a realização da audiência, avaliou que o Brasil está longe de um perfeito uso dos instrumentos disponíveis contra a desertificação. Ele apontou as zonas de fronteira entre a Amazônia e o Nordeste, onde já começam a surgir sinais de elevada degradação do solo, arenização e salinização, além da perda de recursos hídricos.

Apesar da afirmação dos expositores de que o risco de desertificação não atinge a Amazônia, Valverde se diz preocupado com a eficácia das ações do governo. "Embora não seja algo a se pensar a curto prazo, com o tempo a questão da desertificação na Amazônia torna-se preocupante se não houver ações de integração entre as secretarias estaduais e o governo federal".

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