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Para coordenadora faltou administrar impasse

Diário Catarinense-Florianópolis-SC
12 de Dez de 2001

Transferidos para a Escola Estadual Banhecú Baté, na Aldeia Bugio, na Reserva Duque de Caxias, os adolescentes ocupam, pela manhã, uma sala que à tarde é utilizada pelos alunos de 1ª a 4ª série do ensino fundamental. A diretora da Escola de Educação Básica Frei Lucínio Korte, Ladir Waillrich, considera a transferência dos alunos para a aldeia favorável. "É bom que eles convivam mais com a gente deles e que cultivem as tradições e costumes.'' A coordenadora regional de Educação de Ibirama, Ingeburg Fritsche Krouse, avalia que a direção da escola estadual não soube administrar a falta de harmonia entre os estudantes. "Há nove anos as crianças estudavam lá e só agora houve este impasse'', observa Ingeburg, ressaltando que todos conhecem os problemas sociais naquela região de litígio entre colonos e índios. "Não pode é deixar que isso seja levado para dentro da sala de aula." Para atender o grupo de estudantes na reserva, a Coordenadoria Regional de Educação de Blumenau definiu um rodízio. Diariamente duas professoras vão à aldeia. A Funai paga o transporte. Eriti Wetch, 26 anos, é professor de língua Xokleng na Escola Estadual Banhecú Paté. Ele ensina a escrita e a fala dos antepassados. A intenção de Eriti é tirar da grade curricular dos alunos de 5ª a 8ª série o ensino da Língua Inglesa. Caso ele consiga a autorização, toda a comunidade indígena terá aulas de Xokleng já no próximo ano letivo. "O branco sempre discriminará o índio. Em qualquer lugar a gente é olhado de outra forma, mas temos que saber conviver melhor com isso'', afirma Diná Paté, vice-cacique de Bugio.

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