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Pará agora fala em reduzir desigualdades

FSP, Poder, p. A5
12 de Dez de 2011

Pará agora fala em reduzir desigualdades
Em tom apaziguador, aliados de governador defendem aumento da receita e descentralização da administração
Jatene tenta aprovar na Assembleia taxa a ser cobrada pela extração de minério, que daria R$ 800 milhões por ano

DE BELÉM
DO ENVIADO A SANTARÉM (PA)
DO ENVIADO A MARABÁ (PA)

Após recusar a criação de dois novos Estados em seu território, o Pará fala agora em descentralização administrativa e em buscar mais recursos para diminuir as desigualdades regionais.
O governador Simão Jatene (PSDB) disse ontem à noite que sua preocupação é manter a união do povo do Estado. "Temos dois desafios. Um é melhorar a gestão territorial, o outro é a insuficiência de recursos", afirmou.
"Se todos os recursos fossem investidos apenas em uma dessas regiões, mesmo assim os problemas todos não seriam resolvidos."
O discurso é uma resposta à pressão política das regiões separatistas -que, apesar da derrota, comemoram ter obtido maior visibilidade para seus problemas.
Os derrotados, porém, agora amargam um ressentimento contra o governo do Pará e exigem maior atenção.
"A única pessoa com condições de reunir nossos cacos é o governador. Ele pode começar nos incluindo em um projeto de desenvolvimento do Pará", disse a prefeita de Santarém, Maria do Carmo (PT), defensora do Tapajós.
Durante a campanha, os contrários à divisão não fizeram propostas para diminuir a pobreza nas regiões separatistas. Na reta final, adotaram tom mais apaziguador.
Uma das ideias defendidas por Jatene é a criação de administrações regionais de educação e saúde com autonomia financeira. A principal preocupação, porém, é aumentar a receita do Estado.
O governo reclama que perde muitos recursos por causa da Lei Kandir, de 1996, que isentou de impostos o minério destinados à exportação -uma das principais atividades da economia local.
Rejeitada a proposta de divisão, líderes políticos se preparam para pressionar o governo federal a compensar o Pará por essas perdas.
Adiantando-se à questão, Jatene tenta aprovar na Assembleia uma taxa a ser cobrada dos minérios extraídos A proposta renderia anualmente R$ 800 milhões.
O argumento é que isso bancaria uma maior fiscalização do Estado sobre a atividade mineradora. A oposição, no entanto, diz que a taxa seria inconstitucional.

FSP, 12/12/2011, Poder, p. A5

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/14400-para-agora-fala-em-reduzir…

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