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Pantanal some mais depressa que a Amazônia, indica satélite

FSP, Ciência, p. A18
08 de Jun de 2010

Pantanal some mais depressa que a Amazônia, indica satélite

LARISSA GUIMARÃES
DE BRASÍLIA

O desmatamento no Pantanal tem ritmo mais intenso do que na Amazônia. O dado, divulgado ontem, vem do primeiro monitoramento via satélite do bioma, que abrange os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Entre 2002 e 2008, o Pantanal perdeu 2,82% de sua área, enquanto o desmatamento na Amazônia atingiu 2,54% do terreno total.
O estudo divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente revelou que o desmatamento no Pantanal atingiu 4.279 km2, o equivalente a quase três vezes a área da cidade de São Paulo.
"É um bioma que está sofrendo perda de vegetação. É preocupante", disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
A ministra afirmou que um dos fatores que podem explicar esses índices é o fato de o Pantanal não contar com unidades de conservação como a Amazônia.
Estudos têm mostrado que a criação de áreas protegidas foram um dos principais fatores por trás da redução da devastação da Amazônia, observada nos últimos anos.
O Pantanal está quase todo dividido em terras privadas. Apesar de a principal atividade econômica da região, a pecuária, conviver bem com a mata nativa, tem havido corte de floresta nas zonas que não alagam para a ampliação de pastagens.
A ministra apontou outro possível fator de pressão sobre o bioma -o crescimento de atividades como a produção de carvão vegetal para alimentar siderúrgicas em Mato Grosso do Sul.
"Ainda não foram identificadas todas as causas que explicam a perda de vegetação no bioma. O ministério vai aprofundar os atuais estudos e marcar encontros com os governos estaduais", informou a ministra.
Até o fim do ano, estão planejadas dez operações contra o desmatamento para o bioma Pantanal.

AMAZÔNIA
O desmate na Amazônia cresceu 40% em abril deste ano em relação ao mesmo mês de 2009, de acordo com dados divulgados ontem.
Segundo o ministério, o aumento é apenas aparente: estaria associado à presença menor de nuvens neste ano, o que permite a detecção de áreas antes encobertas.
"Não detectamos um novo padrão de desmatamento na Amazônia nessas áreas sob avaliação", afirmou Teixeira.
"Vamos manter o compromisso de experimentar níveis cada vez menores neste ano, abaixo de 7.400 km2, que foi o índice de desmatamento do ano passado", completou.
O número de operações para coibir o desmatamento deverá aumentar a partir deste mês, quando há menos chuvas na região.

FSP, 08/06/2010, Ciência, p. A18

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