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PAC prevê investimentos de R$ 504 bi

FSP, Dinheiro, p. B8
22 de Jan de 2007

PAC prevê investimentos de R$ 504 bi
Petrobras e Eletrobrás respondem por mais de 50% do valor que o governo Lula promete injetar na economia no 2o. mandato
R$ 106,3 bilhões deverão ser investidos em habitação até 2010, mas apenas pouco mais da metade, R$ 55,9 bilhões, é dinheiro público

Sheila D'Amorim
Pedro Dias Leite
Da sucursal de Brasília

O programa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançará hoje para tentar destravar o crescimento do país, o PAC, promete injetar na economia R$ 504 bilhões em investimentos nos próximos quatro anos.
Para chegar a esse número, contudo, além dos recursos da União e das estatais, o governo está contando com dinheiro privado, as contrapartidas dos Estados, dos municípios e até mesmo das pessoas físicas.
A maior parte dos recursos irá para área de energia (cerca de R$ 276 bilhões), basicamente investimentos da Petrobras e da Eletrobrás, e transportes (R$ 58 bilhões). Os cerca de R$ 170 bilhões restantes irão para a chamada área de infra-estrutura social, que inclui áreas como saneamento e habitação.
Somente nessa área, boa parte dos R$ 170 bilhões previstos é referente a desembolsos de Estados e municípios nos programas de financiamentos habitacionais, além de R$ 50,4 bilhões da caderneta de poupança, dinheiro que as pessoas aplicam e os bancos são obrigados a direcionar para a compra da casa própria.
O total que será anunciado inclui ainda como investimento a parcela que o mutuário dá como entrada para obter o financiamento, já que nem todas as linhas financiam 100% do valor do imóvel.
Com isso, o montante que deverá ser investido no setor de habitação até 2010 é estimado em R$ 106,3 bilhões, mas só pouco mais da metade, R$ 55,9 bilhões, é dinheiro público.
Os últimos acertos da nova política de crescimento para o segundo mandato foram acertados numa reunião dos ministros Guido Mantega (Fazenda), Dilma Rousseff (Casa Civil) e Tarso Genro (Relações Institucionais) com o presidente no fim da tarde de ontem.
Em seguida, os detalhes foram apresentados para mais cinco ministros (Cidades, Desenvolvimento, Transportes, Minas e Energia e Integração Nacional), além do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, e do deputado federal eleito Ciro Gomes (PSB-CE).
Tanto Ciro como Tarso confirmaram a ordem de grandeza dos investimentos previstos.
As desonerações para estimular o setor produtivo estão previstas em R$ 6 bilhões neste ano, com perspectiva de serem ampliadas para R$ 11 bilhões em 2008. Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), que lutava para aumentar esse valor, se disse satisfeito. Ele chegou a brincar que 80% das suas reivindicações foram atendidas.

FSP, 22/01/2007, Dinheiro, p. B8

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