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Organizado, setor cresce e aumenta lucratividade

Diário da Amazônia
04 de Jan de 2008

As recentes notícias divulgadas sobre a prisão de pessoas envolvidas com a retirada e comercialização ilegal de madeira em áreas de reservas ambientais não incomodaram o setor madeireiro responsável. Pelo contrário, a Câmara Setorial da Madeira, criada pelo Sistema Indústria (Fiero, Sesi, Senai e IEL) para apoiar as empresas que trabalham regularizadas - entre 650 e 750 em todo o Estado - e que faturam, juntas, cerca de R$ 70 milhões por mês e recolhem aos cofres do Estado algo em torno de R$ 10 a 12 milhões mensais, manifestou apoio à operação contra os que são chamados no jargão da própria indústria madeireira de garimpeiro de madeira.

Desde março de 2006, quando o governo federal repassou aos estados a responsabilidade sobre a gestão de suas florestas públicas e privadas, o setor decolou. Saiu o DOF - Documento de Origem Florestal - que era emitido pelo Ibama e em seu lugar a Secretaria Estadual do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) adotou o Sisflora - Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais, integrado ao Sistema de Cadastro de Consumidores de Produtos Florestais - Ceprof.

Em síntese, todas as empresas que atuam no setor madeireiro, incluindo fábricas de móveis, serrarias, marcenarias e outras foram incluídas no cadastro, de forma a permitir um efetivo controle sobre as ações do setor.
De acordo com o gerente do Setor Florestal da Sedam, Eugênio Pacelli, a mudança deu substancial agilidade nos processos. Em apenas um ano, de novembro de 2006 a novembro de 2007, o número de planos de manejo em execução saltou de 100 para 420. O círculo virtuoso que se formou após a migração do controle do Ibama para a Sedam, "produziu aumento da oferta de matéria-prima, mais circulação de mercadoria e elevou a arrecadação de impostos", explica Pacelli.

O gerente da Sedam não sabe explicar os motivos que emperravam o desenvolvimento do setor nas mãos do Ibama. "Não se tinha números sistematizados", diz Pacelli, explicando que a expectativa agora é de que a produção de madeira em tora no ano atinja 3,9 milhões de metros cúbicos, representando mais ou menos 1,9 milhões de metros cúbicos de madeira serrada.

Bom Futuro

Com relação à fiscalização e prisões na região de Buritis, na Floresta Nacional de Bom Futuro, Eugênio Pacelli explica que a Sedam não tem culpa. "Há no local cerca de 60 mil hectares desmatadas, que é de pura responsabilidade do Ibama. Tem até serraria lá dentro. Alguém deu a autorização e não foi a Sedam", diz o gerente da Sedam, explicando porém, que, "de qualquer forma, a clandestinidade caiu bastante. Algo em torno de 60 a 70%", afirma.

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