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Operação prende 23 garimpeiros

Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br
16 de Jul de 2012

O Exército Brasileiro e a Fundação Nacional do Índio em Roraima (Funai/RR) retiraram da Terra Indígena Yanomami 23 garimpeiros e destruíram oito balsas utilizadas na atividade ilegal durante a Operação Caramuru II, encerrada no sábado, 14.

A ação fluvial ocorreu na região do Kayanau, na Serra do Parima, durante toda a semana passada. Os garimpeiros foram encontrados no alto rio Mucajaí com confluência no rio Couto Magalhães. Pela grande incidência da atividade garimpeira, o local é conhecido como o "coração" da extração ilegal de ouro.

Conforme a 1ª Brigada de Infantaria de Selva, a missão cobriu o eixo fluvial do rio Mucajaí e seus afluentes. Foram encontrados diversos materiais de apoio, dentre eles sete balsas com motores de grande capacidade, oito voadeiras, 400 gramas de ouro, motores de popa, mercúrio, armas de fogo e munição.

Os 23 garimpeiros presos, dentre eles três mulheres, foram retirados de área e conduzidos para a Superintendência da Polícia Federal para as providências cabíveis. Ao todo, trinta militares do 7o Batalhão de Infantaria de Selva (7o BIS), estiveram envolvidos na mobilização sigilosa.

O coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Yekuana, João Batista Catalano, informou que há cerca de vinte dias os garimpeiros teriam ocupado a pista utilizada pela equipe da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) para levar suprimentos para atender a atividade ilegal. Em outras operações diversas pistas clandestinas foram destruídas.

Além da pista de pouso, os garimpeiros ocuparam o posto de saúde e teriam colocado os índios contra a equipe de saúde que trabalha em área. Com apoio da inteligência da Polícia Federal, a operação foi então deflagrada para desobstruir a pista, retomar a unidade de saúde e destruir as balsas em atividade na região.

"Esta é uma região de incidência grande de garimpo. Limpar a região é uma questão de honra, por isso a articulação continua já com outras ações planejadas caso a garimpagem ilegal continue. Vamos continuar com as inspeções constantes", destacou Catalano.

Ele informou ainda que Bases de Proteção Etnoambiental (Bape's) foram montadas na entrada da reserva Yanomami, mais especificamente nas calhas dos rios Catrimami, Mucajaí e Uraricoera para fiscalização.

Com a Operação Caramuru II e a Operação Xawara, deflagrada pela Polícia Federal para desarticular a organização criminosa que financiava o garimpo ilegal na reserva indígena, a previsão é de que nos próximos dias os garimpeiros que permanecem em área comecem a se entregar, já que deverá faltar comida e outros suprimentos. Pensando nisso uma operação com cunho até humanitário está sendo articulada para retirada dessas pessoas.

http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=132751

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