VOLTAR

Ônibus com operários da construtora Delta tomba na BR-174, mata um e deixa 7 feridos

Folha Web - http://www.folhabv.com.br/
Autor: Nonato Sousa
05 de Mar de 2011

O motorista José Roberto dos Santos, 53, recém-contratado da construtora Delta, uma das empresas responsáveis pela reconstrução da BR-174, foi à vítima fatal do acidente com um ônibus da empresa que ocorreu na quinta-feira dentro da reserva indígena Waimiri/Atroari, que divide os estados de Roraima e Amazonas. Outros sete operários da construtora ficaram feridos e foram levados para um hospital no município amazonense de Presidente Figueiredo.

O corpo de José Roberto só chegou a Boa Vista no início da tarde de ontem. Amigos denunciaram que o cadáver foi removido na carroceria de uma caminhonete da Delegacia de Polícia Civil do Município de Rorainópolis, o que acharam um desrespeito. Ainda relataram para a reportagem que o veículo não tinha combustível para fazer a viagem e foi preciso a empresa fornecer o produto. Por outro lado a Folha apurou que a única viatura (rabecão) do Instituto de Medicina Legal (IML) que funciona em Boa Vista, responsável pela remoção de cadáveres, não tinha condições para fazer a viagem. Outros três rabecões estão parados por falta de peças.

A demora da perícia da Polícia Civil de Boa Vista em atender a ocorrência foi outro fator questionado pelos amigos e familiares do motorista. Disseram que o caso foi informado para a polícia ainda na quinta-feira à noite, mas somente ontem durante o dia é que os peritos compareceram ao local. Como no caso do IML, a justificativa para a demora no atendimento foi atribuída à falta de viatura com condição para viajar. A Folha foi informada por uma fonte que os peritos só foram atender o caso porque foi cedida para eles uma viatura do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (DPIJ).

Com relação ao acidente, nenhum dos familiares e amigos que estavam no IML aguardando a liberação do corpo do motorista soube falar como aconteceu. A filha dele, Adriana Maria dos Santos, que mora no Município de Mucajaí, foi quem fez a liberação do corpo do pai e informou que ainda ontem o cadáver seria transladado para Jundiá, onde aconteceria realizado o sepultamento. Ela confirmou que o pai estava no seu primeiro dia de trabalho, quando aconteceu o acidente. Contou que José Ribamar morava no Jundiá, na vicinal da Estradinha, com a mulher, outros filhos e netos.

A reportagem da Folha passou o dia de ontem tentando contato com o engenheiro da empresa Delta, através de um celular de Manaus (AM), mas a operadora informava que a linha estava fora de área. Também foi feito contato com o delegado Maique Evelin, do unicípio de Rorainópolis, mas da mesma forma não houve êxito.

Extraoficialmente a reportagem apurou que o grupo de trabalhadores estava retornando para o canteiro de obras, no Jundiá, quando o motorista perdeu o controle do ônibus e tombou, a aproximadamente 40 quilômetros do posto fiscal da Sefaz, no Jundiá, dentro da reserva Waimiri/Atroari, causando a morte do motorista José Ribamar e ferimentos em outros sete trabalhadores. A ocorrência foi atendida por policiais rodoviários do Amazonas.

A Folha ainda manteve contato com a assessora da instituição policial, Fabiana, solicitando informações sobre o acidente. Por volta das 20h ela retornou a ligação informando que o acidente ocorreu no km 44 do lado roraimense. Frisou que ao contrário do que tinha sido informado, que, além do motorista que morreu, outros oito operários teriam ficado feridos, na verdade o número de feridos foi de sete trabalhadores. Também disse que, de acordo com o levantamento feito no local pelos colegas federais, o acidente ocorreu durante uma saída de pista do ônibus.

As péssimas condições da rodovia, aliada ao período chuvoso, podem ter dado causa a esse acidente, mas somente a investigação feita pela Polícia Civil de Rorainópolis e também o resultado da perícia é que vão esclarecer e apontar o que provocou o acidente.

http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=104597

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.