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ONGs pedem intervenção federal no Ibama de RO

Estadão do Norte-Porto Velho-RO
28 de Nov de 2002

Tão logo o presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva assuma o Palácio do Planalto, em Brasília, os representantes de várias organizações não-governamentais (ONGs) de Rondônia vão pedir uma intervenção federal no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O objetivo é restabelecer a credibilidade e a moralidade no órgão, que está sendo acusado de patrocinar o desmatamento indiscriminado no Estado, com a conivência de alguns funcionários.
"O Ibama é o órgão mais imoral de Rondônia. Ao invés de preservar o meio ambiente, está ajudando a depredar o ecossistema e a biodiversidade regionais", desabafa um representante do GTA - o Grupo de Trabalho Amazônico, entidade que congrega diversas entidades ambientalistas e ONGs no Estado.
Segundo denúncias que o GTA está encaminhando a Lula, a última gestão do Ibama ajudou a destruir a Floresta Nacional de Bom Futuro e está sendo irresponsável com a preservação da Reserva Biológica de Jaru e da Floresta Nacional do Jamari - na região de Itapuã do Oeste. "Hoje, entre o que fez e o que deixou de fazer, o Ibama só prestou um desserviço à sociedade, pois, no cômputo geral, os resultados foram altamente negativos. O órgão contribuiu mais para a devastação do que para a preservação", denuncia um influente líder do GTA.
Depois dos escândalos da ATPFs - Autorizações para Transportes de Produtos Florestais, o Ibama agora está envolvido em roubo de madeiras nobres de áreas indígenas. A Administração Regional da Funai - a Fundação Nacional do Índio, em Porto Velho, quer saber, por exemplo, onde foram parar os 281 metros cúbicos de mogno, retirados de 21 hectares do Parque Nacional dos Pacáas-Novos - nos arredores de São Miguel do Guaporé.
Na verdade, dos 281 metros cúbicos, 221 m3 desapareceram entre a sede do Parque Nacional dos Pacáas-Novos e o pátio da Prefeitura Municipal de São Miguel do Guaporé. Há denúncias do envolvimento de um funcionário do Ibama na maracutaia, que já está sendo investigada pela Funai. Representantes do GTA disseram ontem a O ESTADÃO DO NORTE que parte da madeira foi leiloada sem consentimento da Funai, que não sabe também onde foi parar o dinheiro da transação ilegal.
O desaparecimento da madeira da área indígena dos Uru-Eu-Wau-Wau, segundo o GTA, foi denunciado à então presidente do Ibama, Marília Marreco, mas nenhum providência foi tomada para punir os infratores.

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