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Ongs ligadas a movimentos sociais criticam transposição do São Francisco

O Globo, O País, p. 12
12 de Out de 2005

Ongs ligadas a movimentos sociais criticam transposição do São Francisco
Faltam estudos de impacto ambiental confiáveis, acusa o protesto

Quatro dias depois de o bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, encerrar a greve de fome, um grupo de entidades da sociedade civil divulgou ontem uma nota de repúdio às obras de transposição das águas do Rio São Francisco. O texto acusa o projeto de desrespeitar as populações ribeirinhas e de não ter sido feito com base em estudos confiáveis sobre os impactos ambientais causados.
Assinam a nota o Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a Cáritas Brasileira, a Articulação dos Povos Indígenas de Minas Gerais, Nordeste e Espírito Santo (Apoinme) e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).
Entidades criticam o Ibama
As entidades reclamam que o Ibama não levou em consideração danos graves ao meio ambiente antes de conceder a licença prévia para a realização das obras. Conforme a nota, o estudo de impacto ambiental é superficial, pois "não aprofunda o risco de salinização de solos e açudes, não identifica áreas potenciais de desertificação, a possibilidade de início ou aceleração de processos erosivos e a possibilidade de redução de geração de energia elétrica".
Outro problema apontado seria a falta de consentimento das comunidades indígenas e quilombolas para a implantação do empreendimento. "Diante de tudo isto só nos resta uma conclusão. O Ibama capitulou diante das pressões advindas de empreiteiras e de diversos setores do governo interessados em aprovar e realizar a qualquer custo a gigantesca obra da transposição", argumentam as entidades.

O Globo, 12/10/2005, O País, p. 12

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