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ONGs criticam voto do Brasil sobre rotulo de transgenicos

OESP, Economia, p.B10
04 de Jun de 2005

ONGs criticam voto do Brasil sobre rótulo de transgênicos
Daniel Hessel Teich
Organizações não-governamentais e entidades de defesa do consumidor criticaram a posição do Brasil durante a reunião do Protocolo de Cartagena de Biossegurança para Convenção de Biodiversidade Biológica, que terminou ontem em Montreal, no Canadá. A reunião tinha como objetivo discutir, entre outros assuntos, as regras para identificação de produtos transgênicos em processos de importação e exportação. Durante as discussões, o Brasil se alinhou à Argentina, Canadá e Nova Zelândia e defendeu uma rotulagem mais genérica para transgênicos enquanto países europeus, da Ásia e da África defenderam uma rotulagem mais detalhada, com especificação exata dos tipos de transgênicos exportados.
Até o início da reunião no Canadá, o Brasil não tinha posição formada sobre o assunto mas acabou optando pela disposição que. já existe no texto do protocolo. O Artigo 18.2 prevê que os produtos destinados à exportação devem ser rotulados com os dizeres "pode conter transgênicos". Europeus, asiáticos e africanos - e também ambientalistas - defendem a mudança para "contém transgênicos", seguida da especificação de cada alteração genética dos produtos.
"A identificação detalhada permite a rápida identificação do produto em caso de problemas, além de alertar cada país sobre o que estão comprando", diz Gabriel Bianconi, assessor técnico da Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA), ONG que, junto com o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), acompanhou a reunião em Montreal. As duas entidades defendem a discriminação detalhada. "A posição brasileira foi uma surpresa", acrescenta ele. A delegação brasileira disse que a posição tem como objetivo "não criar dificuldades para o comércio de produtos da moderna biotecnologia". A disputa ainda não está totalmente encerrada. O assunto deve voltar a ser discutido no ano que vem, em nova reunião do protocolo prevista para ser realizada no Brasil.

OESP, 04/06/2005, p. B10

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