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ONG vê área derrubada menor

OESP, Vida, p. A21
05 de Jun de 2008

ONG vê área derrubada menor
Relatório, porém, confirma o aumento da destruição

Herton Escobar

Dados divulgados ontem pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) sobre o desmatamento no mês de abril revelam uma devastação muito inferior à que foi calculada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), cujos dados foram publicados na segunda-feira. O Imazon detectou 156 quilômetros quadrados desmatados naquele mês, sete vezes menos do que os 1.123 km2 computados pelo Inpe.

Os dois institutos utilizam as mesmas imagens de satélite, mas aplicam métodos de análise diferentes. Uma diferença crucial é que o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon detecta apenas áreas onde houve corte raso - ou seja, em que a floresta foi completamente derrubada -, enquanto o programa de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Inpe inclui tanto áreas de corte raso quanto de degradação florestal, em que parte das árvores continua de pé, mas onde a estrutura original da floresta já foi seriamente comprometida.

Segundo o coordenador do Programa Amazônia do Inpe, Dalton Valeriano, não há como dizer quantos dos 1.123 km2 de desmatamento registrados em abril são de corte raso e quantos são de floresta degradada. Essa avaliação mais refinada só será feita no fim do ano pelo sistema Prodes, que calcula a taxa anual de desmatamento na Amazônia (e que contabiliza apenas as áreas de corte raso).

Valeriano cobrou mais transparência do Imazon sobre os dados. "Não tenho como especular sobre como eles chegam a esses resultados", disse. "Eles que justifiquem seus números." O Imazon é uma ONG sediada em Belém. O Inpe faz parte do Ministério de Ciência e Tecnologia.

AUMENTO

Apesar das diferenças, os dois institutos confirmam uma aceleração do desmatamento. Segundo o Imazon, a área desmatada entre agosto de 2007 e abril de 2008 (3.849 km2) foi 10% maior do que no mesmo período anterior. Nos primeiros quatro meses de 2008 (415 km2), o aumento foi de 42% em relação a 2007. "Isso é o mais importante", destacou Sergio Guimarães, coordenador do Instituto Centro de Vida (ICV), parceiro do Imazon.

OESP, 05/06/2008, Vida, p. A21

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