VOLTAR

Onça - que já não se vê - é eleita o bicho de SP

OESP, Metrópole, p. B10
25 de Nov de 2010

Onça - que já não se vê - é eleita o bicho de SP
16 mil internautas votaram na suçuarana em concurso promovido pela Prefeitura

Mônica Pestana

Suçuarana seria uma cobra? Um tipo de aranha? Ou uma planta exótica? O animal silvestre escolhido como símbolo da cidade de São Paulo no concurso realizado pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente é um desconhecido para grande parte dos paulistanos. Mesmo no anonimato, a suçuarana, ou onça-parda, desbancou 15 candidatos ao cargo de representante da capital e venceu com cerca de 16 mil votos de eleitores - de um total de 84 mil.
A Prefeitura pegou carona na escolha da ONU, que elegeu 2010 o Ano Internacional da Biodiversidade, para promover o concurso. Em segundo lugar, ficou o bem-te-vi, seguido pelo sabiá-laranjeira.
Para a diretora da Divisão da Fauna Silvestre da Secretaria, Vilma Clarice Geraldi, o animal combina com a cidade. "Lembra por causa da persistência, além da força para a sobrevivência. Apesar de toda devastação, ele ainda está aqui", diz. Ela afirma que o concurso serviu para chamar a atenção para a necessidade de conservação. "Nós usaremos esse animal como bandeira, mas a intenção é alertar para a necessidade de preservação das espécies", diz.
A suçuarana é o maior felino registrado atualmente em São Paulo e pode chegar a pesar 120 quilos e medir de 86 a 154 cm. O animal possui hábitos solitários e noturnos. A onça se alimenta principalmente de mamíferos de médio porte, como quatis, catetos, tatus e capivaras.
O felino foi encontrado em duas áreas da zona sul da capital, na Fazenda Capivari e no Parque Estadual da Serra do Mar, por técnicos da Divisão de Fauna. Fora da capital, é achado na Amazônia, no Pantanal, no cerrado, na caatinga e nos pampas do Sul.
Segundo Vilma, o animal está ameaçado por causa da perda de seu hábitat. No entanto, ela diz que é possível encontrá-lo nos locais onde a vegetação ainda não foi devastada. "Temos de aprender mais sobre a espécie e precisamos de mais equipamentos para identificá-la."
Último colocado. O animal menos votado no concurso foi o lagarto conhecido como papa-vento, o único réptil da seleção. Ele pesa em média 30 gramas. "Colocamos no concurso por ser um bicho da Mata Atlântica, além de ser um animal carismático", afirma o diretor do Museu Biológico do Instituto Butantã, Giuseppe Puorto. O lagarto recebeu, no total, 1.448 votos.
Os eleitores tiveram quatro meses para entrar no site da Prefeitura e votar. Dos 700 animais registrados pela Divisão de Fauna, os 15 foram selecionados por professores e pesquisadores do Museu de Zoologia, do Instituto de Biociências, do Instituto Butantã, da ONG Salve-Brasil e do Centro de Estudos Ornitológicos. Alguns animais foram escolhidos por apresentar semelhanças com a cidade. Como o joão-de-barro, conhecido como trabalhador, e o picapau-de-banda-branca, que tem as cores da bandeira da capital: branco, vermelho e preto.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101125/not_imp644926,0.php

Guarda Ambiental e escolas usarão mascote

A fama do animal vencedor do concurso da Prefeitura só deve aumentar. Ações e projetos relacionados à questão ambiental levarão uma figura estilizada da onça parda e um personagem infantil, apelidado de "Suçu", estará em campanhas de biodiversidade nas escolas paulistanas.
O secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, votou no animal vencedor e considera que o concurso ressalta a biodiversidade de São Paulo. "A escolha foi democrática e a participação das escolas, muito importante", afirmou. [
O brasão da Guarda Ambiental, que também foi apresentado ontem, terá a imagem da onça na farda. Para o comandante da Guarda Civil Metropolitana (GCM), Joel de Sá, o animal representa a rapidez, a agilidade e vigilância necessárias para a preservação do meio ambiente.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101125/not_imp644927,0.php

OESP, 25/11/2010, Metrópole, p. B10

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.