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Oficina aborda metodologia utilizada para conhecer os objetivos do bem viver indígena

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD - www.pnud.org.br
05 de Ago de 2015

Participantes avaliaram a condução das consultas aos povos indígenas Kaiowá Guarani sobre os ODM e a Agenda pós-2015

05 Agosto 2015

do PNUD

Especialistas do PNUD e do Governo Federal, além de professores e estudantes indígenas, participaram de uma oficina de trabalho, nessa terça-feira, 4, na Casa da ONU, em Brasília, para avaliar a metodologia utilizada nas oficinas realizadas na Terra Indígena Pirakuá, em Bela Vista (MS). O trabalho desenvolvido em Mato Grosso do Sul ajudou a provocar a reflexão sobre as prioridades dos povos kaiowá Guarani, com base nas agendas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e pós-2015.

A consultora indigenista do PNUD, Renata Oliveira Costa, e a analista de mobilização ODM da região Centro-Oeste, Ana Paula Sabino, conduziram a oficina de trabalho e compartilharam as experiências vividas em Pirakuá. "A proposta era identificar, por meio de consultas, quais os objetivos do bem viver indígena, de acordo com a população da etnia Kaiowá e, para isso, contamos com a participação ativa das pessoas", disse a consultora.

Renata Costa explicou o passo a passo utilizado nas oficinas, como a identificação das parcerias, o convite à comunidade para a elaboração conjunta das agendas - que contou com a participação de indígenas de várias gerações - e o conhecimento aprofundado da realidade local. "Como resultado deste processo, teremos as experiências e demandas relacionadas ao bem viver em Pirakuá, a partir do olhar do indígena", afirmou.

O professor da Universidade Federal de Grande Dourado (UFGD) e presidente da Associação Cultural de Realizadores Indígenas (ASCURI), Eliel Benites, falou da importância do trabalho realizado e da garantia da tradicionalidade indígena em todas as etapas. "Construir uma metodologia de consulta, respeitando as particularidades da comunidade e envolvendo os interessados, é uma oportunidade para que os indígenas sejam os protagonistas do desenvolvimento local".

Como presidente da ASCURI, o professor Eliel também promove oficinas de formação audiovisual com jovens das etnias Kaiowá Guarani e Terena, buscando difundir a cultura indígena por meio da fotografia e do cinema. "Hoje, um jovem que luta pelos seus direitos e pela preservação dos saberes tradicionais, busca interagir melhor com os mais velhos na aldeia e utiliza os recursos audiovisuais para fortalecer a sua cultura", disse.

A representante da Secretaria Geral da Presidência da República (SG/PR), Miriam Barreto, ressaltou a importância da prática democrática no Brasil, tanto para eleger os governantes quanto para ampliar o diálogo com a sociedade civil, em especial com os povos tradicionais, visando ao aprimoramento das políticas públicas. De acordo com Miriam, "a metodologia utilizada nas oficinas com os povos indígenas será um marco diferencial na construção e no fortalecimento da participação social, com vistas aos desafios apresentados pela Agenda pós-2015 e o modelo de desenvolvimento sustentável brasileiro".

Para a representante residente assistente do PNUD, Maristela Baioni, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que entrarão em vigor em 2016, resgatam a agenda de direitos e apresentam os novos desafios para os próximos 15 anos, priorizando a intersetorialidade. Segundo ela, "não se pode fazer desenvolvimento sustentável tratando com os diversos setores de forma fragmentada", disse. "Os indígenas têm muito a contribuir, não só como sujeitos de direitos, mas também no desafio da sustentabilidade. Todo esse conhecimento indígena deverá contribuir muito com essa nova Agenda de Desenvolvimento, principalmente com a participação dos jovens", concluiu.

O objetivo da realização das oficinas, cujo resultado final será publicado em breve pelo PNUD, é de atender às demandas dos povos indígenas sobre a agenda ODM e pós-2015, com indicação de quais são os objetivos relacionados ao bem viver indígena, respeitando o meio ambiente e o papel social de cada indivíduo dentro de suas práticas tradicionais.

Também participaram da oficina de trabalho de terça-feira os estudantes indígenas da UFGD, Junior e Inair Lopes, o professor Ricardo Verdum, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), as oficiais de programa do PNUD, Ieva Lazareviciute e Rose Diegues, a representante da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Alessandra Ambrósio, a Gerente de Articulação Institucional do PNUD, Maria do Carmo Rebouças, entre outros representantes de instituições governamentais.

http://www.pnud.org.br/Noticia.aspx?id=4128

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