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Obra do autor indígena Ailton Krenak questiona o conceito de humanidade

Sinesp - https://www.sinesp.org.br
07 de Mai de 2024

No dia 26 de abril, durante o mês em que se celebra o dia dos povos indígenas no Brasil, o Clube de Leitura do CFCL Benê do SINESP debateu com os filiados o livro Ideias para adiar o fim do mundo, um dos escritos do mais recente "imortal" da Academia Brasileira de Letras: o professor, escritor e ativista Ailton Krenak.

Uma visão indígena no meio acadêmico

Ailton, nascido em Minas Gerais em meio ao povo Krenak, nas imediações do Rio Doce, tornou-se uma das principais vozes indígenas do nosso país. Depois de trabalhar como jornalista no Paraná, participou da assembleia nacional constituinte, onde, ao discursar na tribuna, protagonizou o marcante episódio de pintar o rosto ao protestar contra a omissão do Estado brasileiro com relação aos povos originários.

Humanidade que desconsidera a natureza

Lançado em 2019, "Ideias para adiar o fim do mundo" reúne a transcrição de três palestras proferidas por Ailton Krenak em Lisboa, Portugal - intituladas "Ideias para adiar o fim do mundo", "Do sonho e da terra" e "A humanidade que pensamos ser".

Atravessando os três textos está o questionamento da pertinência da ideia de humanidade que o Ocidente tecnoindustrial, enformado pelo modo de produção capitalista, produziu e alçou à condição de um universal. Para Krenak, o que se apresenta dessa perspectiva é uma ideia limitada e parcial de humanidade, um certo "clube da humanidade", cujas credenciais de pertencimento passam por critérios que ignoram a diversidade das comunidades humanas e também o valor intrínseco de todas as formas de vida que convivem no planeta - e do próprio planeta.

E conforme foi trazido à tona na conversa sobre o livro, ideias semelhantes de integração com a natureza, com o mundo, concepções sobre a o caráter holístico e orgânico da realidade também se fazem e se fizeram presentes em discursos no próprio ocidente eurocêntrico, como por exemplo nos trabalhos dos pensadores do Romantismo.

Ler e discutir as ideias de Krenak no mês de celebração e reflexão sobre os povos originários, ainda mais em um contexto de avanço frenético da agenda desumanizante e ecocida da extrema-direita global, é como mergulhar em um manancial de vida e respirar um ar mais puro.

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